domingo, 24 de agosto de 2008

Mais nada...


Eu fiz tudo por você. Ou tudo que você não viu ou não reconheceu. Ou quase tudo dentro daquele limite que separa uma pessoa que quer de uma pessoa que pode. A sua intolerância azedou a minha falta de bom senso. O seu silêncio atirou contra os meus gritos. E a sua vida, essa que te ergue a um pedestal e que te proporciona o sonho de liberdade, debochou da minha e me nocauteou. O absoluto que havia em você e que em mim era intacto, ficou espalhado como um pó - uma sujeirinha maldita e impregnada na alma. Então o tempo, esse gigante, te desfez. O tempo, esse senhor poderoso, agiu por nós dois. Você seguiu aquele lado triste para onde vão as pessoas e as coisas que de inteiros, nos transformam tão-somente em metade e escuridão. E eu segui a incógnita da esperança, meu novo lar. Mais nada. Nada pelos teus olhos. Passo algum. Minuto algum dedicado a uma contemplação fúnebre do passado ou pedacinhos de euforia. O passado é tão bobo quanto essa sua alegria tridimensional longe de mim. O passado é tão bobo quanto aquilo que você teoriza sobre o amor e te cegou para o que você jamais conseguiu captar aqui dentro (e a única verdade ). Os poucos sorrisos vão exatamente para onde vai tudo aquilo que nos torna comum e mortal. Os poucos sorrisos, estarão estampados no futuro, quando finalmente reconheceremos a semente de bobagem que havia entre o meu calor e a tua geleira. Entre a minha loucura e a sua linha reta. Tudo absolutamente em vão! Mais nada por você. Nada que me tire o sono ou me enloqueça. Nada que me encante ou me revele. O que me espera é uma paisagem para onde suas mãos jamais iriam me conduzir. Um lugar onde tudo pulsa. E livre do caos, dois se permitem sem medo, ser apenas um.


(Fabiana Borges)

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Amado!!

Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu
Fico desejando nós gastando o mar
Pôr do Sol, postal, mais ninguém
Peço tanto a Deus
Para esquecer
Mas só de pedir me lembro
Minha linda flor
Meu jasmim será
Meus melhores beijos serão seus
Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás
Estou entregue a ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais
É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer
Sinto absoluto o dom de existir, não há solidão, nem pena
Nessa doação, milagres do amor
Sinto uma extensão divina
É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer
Quero dançar com você
Dançar com você
Quero dançar com você
Dançar com você

(Vanessa da Mata)

Musiquinha que eu vivo cantarolando...

sábado, 9 de agosto de 2008

O teu olhar


" O teu olhar caiu no meu

A tua boca na minha se perdeu

Foi tudo lindo, tão lindo foi

Que eu nem me lembro o que veio depois

A tua voz me dizendo amor

Foi tão bonito que o tempo até parou

De duas vidas, uma se fez

E eu me senti nascendo outra vez...


E eu vou esquecer de tudo

Das dores do mundo

Só quero saber do seu, do nosso amor..."

(Jota Quest)


Musiquinha super pertinente!!!!

Chuva bate na janela...

"Chuva bate na janela
Eu me lembro de nós dois aqui
Ouço agora aquela música velha
Que você cantou um dia pra mim

Você foi pra um país distante
Li agora o seu cartão postal
Sua foto na estante
Te vejo ano que vem no carnaval

Chove chuva chuva chove
Cai do céu no chão
Corre vem lavar o meu rosto
Eu sei de tudo que acontece entre a gente
Nem imagino tentar te esquecer
Não vejo a hora de te ter novamente
Ficar com você!!!"
(Jammil)

sábado, 2 de agosto de 2008

TUDO, ABSOLUTAMENTE TUDO, PASSA!!!


A capacidade de esquecer é o que existe de mais precioso sobre a face da terra, sob as nossas faces. Amar é indubitavelmente mais magnânimo, mas não é tão essencial quanto o esquecimento: é ele que nos mantém vivos. O amor torna a paisagem mais bonita, mas é o bálsamo curativo do esquecimento que nos faz ter vontade de abrir os olhos para vê-la. A paixão empresta um sentido quase mítico aos dias, mas é esquecer da excruciante tristeza perante a morte dela que nos torna aptos para nos encantarmos novamente dali a pouco.
Já esqueci amores inesquecíveis e sobrevivi a paixões que, tinha convicção, me aniquilariam se terminassem. Às vezes cruzo na rua com fantasmas que já foram muito vivos na minha história e não deixo de sentir uma certa melancolia por perceber que aquele rosto um dia pleno de significado se tornou tão relevante quanto um outdoor de pasta de dente. Algumas pessoas são apagadas da memória como filmes desimportantes. Sem maldade ou intenção; apenas esmaecem até desaparecer. Mas é mesmo impossível nos lembrar de todos os que passaram por nós: gente demais, espaço de menos. Da mesma forma que minha história está repleta de coadjuvantes e figurantes que, irrefletidamente, se auto-proclamavam protagonistas, eu devo ser a personagem cômica da história de alguém. Ninguém se esquiva da experiência constrangedora de bancar o bobo da corte no reino de outro.
Mas esse oco de significado não vem sem um certo pesar. É ruim notar que já não dizemos praticamente nada para quem importou tanto. Na verdade é dolorido ser olvidado: não é fácil encarar que não somos insubstituíveis e que nossa saída displicente abre uma possibilidade de entrada tão desejada por outros. Mas só nos desenroscamos e seguimos nosso rumo natural, em frente, quando eliminamos alguns seres que, caso contrário, nos prenderiam aos emaranhantes aguapés de recordações.

"Há pessoas que ficam doendo com a lembrança de outra pessoa, entra ano, sai ano, virando e revirando o caleidoscópio, olhando como caem e se dispõe as cores e os cristais do sofrimento" (Paulo Mendes Campos).

O passado deve ser mantido no lugar dele e não trazido nas costas feito mochila de viajante, lotado com os erros cometidos e alegrias jamais revividas. Para ser feliz é necessário pouca coisa além de se livrar do excesso de carga e esquecer as coisas certas. É útil também jamais perder de vista um detalhe, afixá-lo no espelho do banheiro, repetir como um mantra: absolutamente nada é pra sempre, nem sentimentos que parecem ser. Nunca mais haverá amor como aquele? Ótimo, porque o novo é tão imenso que seria um desperdício se algo se repetisse.
Todo mundo passa. E é bom que seja assim.


(Ailin Aleixo )

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Mudança...

Mudam-se os tempos; mudam-se as vontades; muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades diferentes em tudo da esperança; do mal ficam as mágoas na lembrança e do bem (se algum houve...) as saudades.” (Camões)