terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Só falta mugir...


Mugir: som emitido pela vaca. (para os desavisados)


Gente a vaca está de volta com orkut novo!!! É isso mesmo, a insegurança e a frustração estão de volta, e ela está de novo vigiando, e perdendo noites de sono rsrsrsrssr. E pasmem cometeu novo delito (sim, a bandidagem aflorou): está usando sobrenome falso!!


O que a falta de compostura é capaz de fazer com o ser humano né?


Bjos gente!!!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Eu mesma...


A sensação de calmaria não poderia ser melhor.
Que máximo. Demorei muito pra perceber que a dona do meu coração sou eu.

Sim, criei uma moça fria dentro de mim. E eu gosto disso.
Isso é ser egoísta? Ok. Eu aprendi a ser. Dá licença?!

Mas não foi fácil.

Antes de ser essa moça que sou, em mim doeu.

E doeu a ponto de me revoltar, largar mão dos planos românticos e rever conceitos.

Eu tive duzentas caras inchadas, trezentas perguntas intermináveis com o meu “eu”, quatrocentas rezas e muitos “papos” sérios com Deus.

Usei o “bloqueio” aprendi a usar o shift+Del . Excluí msg SMS e deletei o número no celular.

Sim sou masoquista e minha pior inimiga sou eu.

É coração já pro cantinho da disciplina. Ram!
Pra consolar milhões de chocolates, uma amiga pra ouvir os reclames sem opinar, um filme no sabadão do tipo “Ps: Eu te amo” e centenas de livros de “auto-ajuda”, ou seja, fiz coisas de mulheres nem um pouco inteligentes.

É mais passou. Eu perguntei pra Deus o que fazer e ele disse: Levanta filha!

Eu sei que demorou muito, uma vida, uns baldes de lágrimas e algumas rugas, tem nome e sobrenome.
Mas é certo: amor e dor agora só em musicas country, frases chulas e de preferência no copo com gelo.

Brindo tudo e nem faço careta. Não tenho tempo, nem paciência.
O tempo se encarregou de fazer sua parte. Eu esperei ele passar. Esperei mesmo, deitada contando cada segundo das 24hs.
Um dia eu lembrei, no outro fiz força pra lembrar, e teve um dia que eu disse: do que mesmo que tava sofrendo?

Aquela vida de lágrimas, sábados solitários e total fragilidade não me cabem mais.
Eu tenho cabelo preto, rímel , Blush Rosa, salto alto e vou dançar. Até os pés doerem, até eu suar. Até eu gargalhar. Até cansar e cair de sono.

E o mais legal disso tudo, é ver que as pessoas gostam de me ver “pra baixo” e basta um sorriso no meu rosto que pronto, lá vem o grupinhos sado-masoquistas me sondando.

E eu daqui vejo tudo isso, rezo e me pergunto : porque tanto interesse ao meu respeito?
De uma coisa eu tenho certeza: nunca competi a medalha de boa moça, nem espero a faixa de miss-comigoninguémpode.

Mesmo assim há quem esperou por minha recuperação: Madre Tereza achou bonito, meu pai me estende a mão. São Francisco de Assis, e todos os defensores da paz torcem por mim.

Eleanor Roosevelt, Bono. Mulheres que já sofreram por amor, Amy Awyhouse , minha avó e a minha terapeuta. Minha irmã, minha Cachorra e os “de sempre” vão continuar esperando o meu levantar.
O tempo passou graças ao meu Deus, e eu sempre levanto. Mesmo que isso demore. Eu levanto. Acredite.

E mesmo que isso desaponte algumas pessoas: Meu passado não me condena, meu passado me fortalece.
Do amor. Eu ainda espero muito. Sou exigente e não quero mudar, pelo menos não agora, ainda quero acreditar que vai valer a pena.

Porque tem gente que canta “quem ama bloqueia” e acha que amar é anulação.

Que amor é entrega e dor de cabeça.

Amor pra mim não é um campo de batalha.

Amor pra mim é exagero. Amor é fidelidade sim. Eu quero manter minha felicidade acima de qualquer pecuinha. Do amor eu não fujo. Mas eu quero minha tranqüilidade intacta.
Mesmo que pra isso eu tenha que continuar ocupada. Cuidando da minha vida.
Sendo muito feliz. Por mim e pra mim.
Entendeu?


(Autor Desconhecido)

Que seja doce ...


"Depois de todas as tempestades e naufrágios o que fica de mim em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro."


"Perdoe a minha precariedade e as minhas tentativas inábeis, desajeitadas, de segurar a maçã no escuro. Me queira bem. Estou te querendo muito bem neste minuto."


"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro.Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências.E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende?Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha,por limitação humana. Mas o que tinha, era seu."


"Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce."

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Manual de instruções...


Não seja muito lento, e nem rápido demais, saiba achar exatamente o meio termo entre as duas velocidades.

Aprenda a mandar sem que eu perceba que estou recebendo ordens.

Não deixe que eu tome total controle das situações, costumo abusar desta minha condição, e a mesma faz com que a graça perca-se em pouco tempo.

Minha garganta dói nos primeiros minutos depois que acordo, meu cérebro passa a funcionar lentamente depois de um pouco de café, quanto às idéias, estas surgem organizadas depois do meio dia. Então por favor, não me force a tomar decisões pela manhã.

Goste de lavar a louça e saiba cozinhar massas.

Prefira vinho tinto no inverno, e me leve para comer pizza de vez em quando.

Goste de ficar na praia olhando as estrelas em noites de verão, goste de caminhar na praia em todas as estações do ano, e troque qualquer domingo sem grandes programações por uma tarde sentado na grama da Lagoa ao meu lado.

Sou independente, adoro dançar, adoro estar com as minhas amigas, e balada pra mim tem que ter banda no palco, de preferência aquelas bandas onde os músicos são meus amigos.

Não tenha vergonha de todas as palhaçadas e besteiras que falo e faço com as minhas amigas, entenda que somos felizes e que fazemos cada momento valer a pena.

Entenda que elas são muito importantes para mim.

Entenda também que meus amigos (homens) são seres assexuados aos meus olhos, e por mais que eu diga que eles são lindos, jamais teria qualquer envolvimento “homem – mulher” com eles. Goste de dançar, seja simpático com as minhas amigas, dê carona pra elas, e não ache chato se uma vez ou outra eu quiser que elas nos acompanhem em programas.

Dê conselhos a elas, mas jamais pense nelas como uma possível opção, caso a gente não dê certo juntos.
Ando de tênis, bermuda, detesto modismos.

Sou vaidosa, demoro para me arrumar, prefiro cabelo cacheado ao liso, mas não dispenso uma escova.

Sou dessas que usa esmalte claro, mas gosto de salto fino.

No verão acordo de madrugada para lavar os pés.

Seja apaixonado por música, cante, toque violão, aprenda as cifras das minhas músicas preferidas.

Tenha discos de vinil, cuide dos seus cds com muito carinho.

Entenda um pouco de cada estilo, leia muito, saiba as regras básicas gramaticais, tenha paciência para ler tudo que escrevo, mas se caso lhe faltar a paciência, saiba ao menos fingir.

Fique por dentro das novidades no mundo musical, saiba me ensinar sobre sons e notas, e ache graça das minhas perguntas imbecis entendendo que não é porque não sei que devo ter minha inteligência subestimada.

Faça-me rir muito, passe muitas horas do seu dia bem humorado, entenda que de vez em quando eu surto e me deixe brigar, e saiba brigar comigo.

Surpreenda-me, mande-me mensagens de madrugada, me rapte de madrugada.

Abrace-me forte e me faça esquecer o mundo enquanto estiver nos seus braços.

Acalme-me quando eu estiver nervosa, fale ao meu ouvido quando eu estiver calada, e estranhe se eu permanecer assim por muito tempo.

Compartilhe da minha insônia, e goste de dormir tarde e de passar horas na cama durante o dia.

Goste de sair sozinho de vez em quando, e volte para casa com a consciência tranqüila.

Deixe-me sozinha de vez em quando, mas saiba o tempo certo de me deixar assim, caso contrário quando você voltar posso não estar mais onde você me viu pela última vez.

Goste de viajar, de Cafés, de dias nublados, de cidades grandes. Planeje uma viagem à Europa comigo.

Entenda meu pavor por répteis, e minha paixão por cães.
Não tenha preconceitos com mulheres que gostam de uma dose cachaça mineira e jogam sinuca em qualquer bar.

Mostre-me que é mais forte do que eu para que eu me sinta protegida, mas não esconda de mim suas fraquezas e as compartilhe comigo.

Baixe a guarda de vez em quando e me peça colo mas não queira ser meu filho.

Se vista bem, mas muito longe de ser metrossexual.

Use camisa rosa, deixe o cabelo meio bagunçado e a barba por fazer, use um perfume que me faça notar sua ausência toda vez que eu senti-lo em minhas roupas.

Saiba me encaixar no seu peito nas noites frias, me deixe ouvir seu coração batendo.

Não se assuste com a minha naturalidade para falar de sexo, e não estranhe meu hábito de ter preguiça de vestir a roupa.

Não estranhe também se eu ficar descalça caso sinta dor nos pés, onde quer que eu esteja.

Seja gentil, me empreste sua blusa quando eu sentir frio, abra a porta do carro, segure minha mão de leve.
Saiba me fazer ceder, insista ao meu primeiro não, não me dê tempo para te dizer não.

Odeie mulherzinhas donas de casa, e ache normal que eu não saiba lidar muito bem com afazeres domésticos.

Faça-me massagem nas costas, nos ombros e nos pés. Beije meu pescoço.

Fique engraçado (muito) se você se passar só um pouco na bebida, mas não faça isso sempre. Não fume, me socorra se meu carro der problema.

Dirija só com um braço apoiado ao volante e me faça pensar que você dirige melhor do que eu e que ninguém é mais seguro que você.

Ria caso eu confunda direita com esquerda.

Ria quando eu pedir para procurar uma vaga maior, e estacione em lugares que eu jamais conseguiria.

Não seja mulherengo e se passar pela sua cabeça me trair, tenha tudo bem pensado para que eu nunca descubra. Odeie mentiras.

Me deixe louca, me faça falar besteiras, me ensine a te contar meus segredos, seja meu melhor amigo e meu melhor amante.

Conte-me piadas, ande pelado pela casa de vez em quando para eu achar que você não é um homem normal, e por favor, não seja normal por mais de 5 minutos.

Se conseguir fazer ao menos metade disso tudo, eu o agradecerei por me amar.


(Autor desconhecido)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Foi o meu inferno, foi o meu descanso...


Realmente as coisas mudaram.

No fundo no fundo, eu queria mesmo era voltar a gostar de você tão puramente como antes.
É, acho que um dia me apaixonei por você, embora sempre tivesse negado isso.

Só gente apaixonada se presta a papéis tão ridículos como ficar preocupada com um drama exagerado por um arranhãozinho no peito, se preocupa com um “to gripado”, com as seqüências de noites mal dormidas, se você estava usando protetor de ouvido, ou então, se preocupa se você estava saindo com o cabelo molhado.

Estranhamente, eu gostava disso.

Mas sabe, se me apaixonei por você naquela época era porque você era um cara apaixonante também.

Um cara que até conquistou algo a mais em uma mulher tão exigente.

Você mentia melhor, sabia enrolar de um jeito menos amador.

Você fazia por merecer meu carinho, e a incondicionalidade dele.

Sentimento que nunca te fez falta, e só agora vi isso.

Doeu, na mesma proporção que doeu cada palavra que nunca consegui esquecer quando pela primeira e única vez você foi sincero comigo.

Eu tinha um amigo imaginário que era perfeito dentro de todas as suas imperfeições. E você emprestou seu corpo a ele.

Obrigada, por um tempo ele me fez feliz. Mas os amigos imaginários duram o tempo em que nossa imaginação e nossas lembranças têm artifícios para mantê-los vivos.

Ou então, quando isso tudo é maior do que qualquer mágoa.

Eu mudei, você mudou.

Acho que a gente até tentou fazer uma boa despedida, mas sinceramente eu a joguei no lixo.


Prefiro lembrar da nossa tentativa de fazer as pazes, da sua tentativa (acho que a última delas) de encenar perfeitamente o quanto você gostava de mim, e do quanto eu era feliz com meu amigo virtual.

Na minha cabeça você era o meu melhor amigo, pelo qual eu não tinha só um tesão, mas também uma enorme admiração e que às vezes eu tinha vontade de pegar no colo e dizer o que deveria ou não fazer, que isso era ou não bom pra você, como se eu soubesse o que vai te fazer feliz.

Não sei por que resolvi escrever isso hoje.

Talvez porque eu tenha ficado realmente chateada com umas coisas que aconteceram ultimamente. . Talvez porque não tenha gostado nem um pouco de saber que no fundo você planejava me puxar o tapete quando eu estivesse bem acomodada nele. Sei lá.

Coisas que eu pensei e não podia deixar de dizer.

Coisas que têm me deixado "igual a todas as outras" que encheram o seu saco. E eu não queria ser igual.

Hoje não vim aqui pra resolver nada, nem pra levantar polêmicas ou discussões.

Só queria que você soubesse que se amanhã essa que um dia te quis tanto bem, não estiver aqui seja lá por que motivo for, eu gostei de você demais, de um jeito torto e que você nunca iria entender.

Precisava dizer isso.


(Fê)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

25 anos...


Nos primeiros dias você ainda se atrapalha quando te perguntam sua idade.

Em casos mais acentuados de incredulidade, você consulta a sua RG.

Você começa a folhear as páginas das revistas prestando mais atenção nas propagandas e funcionalidades de anti sinais.

Protetor solar 50 para o rosto passa a ser item obrigatório no verão, e quando você percebe até no inverno ele está lá dentro.

Mesmo chegando cansada, você se preocupa em dedicar ao menos 5 minutos do seu tempo para retirar a maquiagem, antes que sua conhecida cara de urso panda comece a parecer maquiagem definitiva no dias seguintes.

Você começa a sentir que sua necessidade de dormir maior do que a de passar noites em baladas. As baladas começam a ser mais seletivas, e quando se está nelas, você curte cada minuto como se fosse o último, mesmo sabendo que seus pés sofrerão a conseqüência no dia seguinte.

Suas prioridades mudam. Dinheiro e carreira vão para o topo da lista.

Casamento e filhos vão para o último item. (mas aos trinta e poucos, dizem que invertem-se novamente).

Dinheiro e carreira fazem você pensar melhor em muitas das suas atitudes, e passam a ser o único alicerce dos seus sonhos.

Você fica racional, desencana de muitas coisas, se apaixona depois de seletivas análises, e sexo passa a ser assunto nas suas rodinhas de amigas.

Aliás, você aprende a falar de sexo como você fala de roupa, sem ser vulgar, claro.

Sexo começa a ser escolha. Você deixa de ser escolhida para escolher.

Você passa a reconhecer as pessoas pela forma de andar, e a partir de poucos contatos você já sabe o que pode esperar delas.

Você aprende que ser política pode ser a melhor opção, e que suas melhores amigas serão as amigas pro resto da sua vida, porque gostam de você do jeito que você é.

As lingeries que você gosta são as mais caras, e os perfumes também.

Mac Donald’s é trocado por um restaurante com comidas naturais, e refrigerante passa a não ter espaço na sua vida.


Você desiste de engordar e começa a se achar linda porque é uma das poucas que consegue manter o corpo magrinho chegando aos 25 e comendo todas as besteiras que encontra pela frente.

Você escolhe a vodka de acordo com a dor de cabeça que ela pode te causar. E você passa a ter bebidas preferidas para cada estação do ano.

Livros e filmes são mais interessantes do que conversas fúteis na internet.

E nos bate papos da internet, só as amigas e amigos de sempre, que você gosta de verdade.


Sua mãe finalmente começa a achar natural ver você tomando anticoncepcional, entende suas escolhas, mas ainda vai ter o candidato a genro preferido dela, e esse provavelmente não será aquele que você queria que fosse.

Você escolhe melhor as sandálias e os sapatos de salto. Não liga tanto para beleza, mas para o conforto.

Os tênis te interessam mais nas vitrines.Você começa a achar ridículas namoradinhas ciumentas e aprende a lidar com elas.

Ironias e sarcasmos começam a fazer parte da sua rotina para encarar melhor o dia. E você vai aprendendo que agir com bom humor é a melhor opção, sempre.


Homens precisam ser inteligentíssimos, gentis, acender incenso para te esperar na casa dele, precisam entender de vinho, de música, saber se vestir bem, usar penteados diferentes e modernos, ser simpático com as suas amigas sem dar em cima delas.

Precisam de preferência beijar sua mão, abrir a porta do carro e se estiver bêbado tem obrigação de serem engraçados. Precisa te dar atenção, não ser grudento, ligar de vez em quando, achar normal os micos que você paga com as suas amigas nas baladas, achar normal todas as besteiras que você fala, e saber administrar para que nunca sejamos incomodadas pelas outras mulheres que também fazem parte da sua vida.

Você diz todos os dias que não vê a hora de se formar, e quando se forma daria tudo para passar horas na praça de alimentação da faculdade com a suas amigas.

Você tem dias de cão, sofre mais intensamente, xinga mais intensamente, ama mais verdadeiramente, e entende que esta é a melhor fase da sua vida.


(Fê)

...

" Mas, pela primeira vez, fiquei triste por você.
Que outra mulher te veria além da sua casca?
Você não entende que eu baixei a música do "Midnight Cowboy" e umas boas do Talking Heads, Vinícius de Morais e do Smiths porque achei divertido te fazer uma massa ouvindo algumas músicas que dão vontade de viver.
Uma massa que você não vai comer porque está perdendo o paladar para o que a vida tem de verdadeiro e bom.
É tanta comida estragada, plastificada e sem sal, que você está perdendo o paladar para mulheres como eu.
E você não sabe como vale a pena gostar de alguém e acordar na casa dessa pessoa e tomar suco de manga lendo notícias malucas no jornal como o cara que acha que é vampiro.
Tudo sem vírgula mesmo e, nem por isso, desequilibrado ou antes da hora.
Você não sabe como isso é infinitamente melhor do que acordar com essa ressaca de coisas erradas e vazias. Ou sozinho e desesperado pra que alguma amiga gostosa reafirme que o seu dia valerá a pena. Ou com alguma garotinha boba que vai namorar sua casca.
A casca que você também odeia e usa justamente para testar as pessoas "quem gostar de mim não serve pra mim".
E eu tenho vontade de segurar seu rosto e ordenar que você seja esperto e jamais me perca e seja feliz. E entenda que temos tudo o que duas pessoas precisam para ser feliz.
A gente dá muitas risadas juntos.
Agente admira o outro desde o dedinho do pé até onde cada um chegou sozinho.
A gente acha que o mundo está maluco e sonha com a praia daquela ilha deserta e com sonos jamais despertados antes do meio-dia.
A gente tem certeza de que nenhum perfume do mundo é melhor do que a nuca do outro no final do dia.
A gente se reconheceu de longa data quando se viu pela primeira vez na vida.
E você me olha com essa carinha banal de "me espera só mais um pouquinho".
Querendo me congelar enquanto você confere pela centésima vez se não tem mesmo nenhuma mulher melhor do que eu. E sempre volta.
Volta porque pode até ter uma coxa mais grossa.
Pode até ter uma conta bancária mais recheada.
Pode até ter alguma descolada que te deixe instigado.
Mas não tem nenhuma melhor do que eu. Não tem.
Porque, quando você está com medo da vida, é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças.
E, quando você está rindo de tudo, é na minha neurose que encontra um pouco de chão.
E, quando precisa se sentir especial e amado, é pra mim que você liga.
E, quando está longe de casa gosta de ouvir minha voz pra se sentir perto de você.
E, quando pensa em alguém em algum momento de solidão, seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado, é em mim que você pensa.
Eu sei de tudo.
E eu passei os últimos anos escrevendo sobre como você era especial e como eu te amava e isso e aquilo. Mas chega disso.
Caiu finalmente a minha ficha do quanto você é, tão e somente, um cara burro.
E do quanto você jamais vai encontrar uma mulher que nem eu nesses lugares que procura.
E do quanto a sua felicidade sem mim deve ser pouca pra você viver reafirmando o quanto é feliz sem mim e principalmente viver reafirmando isso pra mim.
Sabe o quê? Eu vou para a cama todo dia com 5 livros e uma saudade imensa de você.
Ao invés de estar por aí caçando qualquer mala na rua pra te esquecer ou para me esquecer.
Porque eu me banco sozinha e eu me banco com um coração.
E não me sinto fraca ou boba ou perdendo meu tempo por causa disso.
E eu não malho todo dia igual a essas suas amiguinhas de quem você tanto gosta, mas tenho algo que certamente você não encontra nelas: assunto. Bastante assunto.
Eu não faço desfile de moda todos os segundos do meu dia porque me acho bonita sem precisar de chapinha, salto alto e peito de pomba.
Eu tenho pena das mulheres que correm o tempo todo atrás de se tornarem a melhor fruta de uma feira. Pra depois serem apalpadas e terem seus bagaços cuspidos.
Eu também sou convidada para essas festinhas com gente "wanna be" que você adora.
Mas eu já sou alguém e não preciso mais querer ser. E eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim. Coitado."
(Tati Bernardi)

Eu adoro Voar...


Já escondi um amor com medo de perdê-lo, já perdi um amor por escondê-lo.

Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.

Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.

Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.

Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.

Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.

Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.

Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.

Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto. Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.

Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.

Já tive crises de riso quando não podia.

Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.(muitos)

Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.

Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.

Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.

Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.

Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.

Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.

Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade...

Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".

Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.

Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.

Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.

Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.

Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram...

Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.

Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.

Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração.

Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente.

Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.

Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para SEMPRE.

Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.

Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.

Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: - E daí? Eu adoro voar...


(Clarice Lispector)

domingo, 7 de dezembro de 2008

I don't care


Desisti. E isso é a coisa mais triste que tenho a dizer. A coisa mais triste que já me aconteceu.

Eu simplesmente desisti. Não brigo mais com a vida, não quero entender nada.

Eu espero chegar as nove da noite pra tomar meu Rivotril. E desaparecer.

Vou nos lugares, vejo a opinião de todo mundo, coisas que acho deprê, outras que quero somar, mas as deixo lá. Deixo tudo lá. Não mexo em nada. Não quero. Odeio as frases em inglês mas o tempo todo penso “I don’t care”. Caguei. Foda-se.

Eu espero chegar as nove da noite pra tomar meu Rivotril e desaparecer. Me nego a brigar. Pra quê? Passei uma vida sendo a irritadinha, a que queria tudo do seu jeito.

Amor só é amor se for assim. Sotaque tem que ser assim. Comer tem que ser assim.

Dirigir, trabalhar, dormir, respirar. E eu seguia brigando. Querendo o mundo do meu jeito.

Na minha hora. Querendo consertar a fome do mundo e o restaurante brega. Algo entre uma santa e uma pilantra. Desde que no controle e irritada.

Agora, não quero mais nada. De verdade...

Ah, o roteiro não ficou bom? Então não me pague.

Não vejo as mulheres mais bonitas em volta e corro pra malhar. Não quero malhar.

Não vejo o que é feio e o que é bonito. É tudo a mesma merda.

Não ligo se a faca tirar uma lasca do meu dedo na hora de cortar a maça. Não ligo pra dor.

Pro sangue. Pro desfecho da novela. Se o trânsito parou, não buzino.

Se o brinco foi pelo ralo, foda-se. Deixa assim. A vida é assim. Não brigo mais.

Eu só espero chegar as nove da noite pra tomar meu Rivotril e desaparecer.

Não quero arrumar, tentar, me vingar, não quero segunda chance, não quero ganhar, não quero vencer, não quero a última palavra, a explicação, a mudança, a luta, o jeito.

Eu quero, de verdade, do fundo do meu coração, que chegue logo as nove da noite.

Hora do Rivotril. O remédio que me chapa. Eu quero chapar. Eu quero não sentir.

Quero ver a vida em volta, sem sentir nada. Quero ter uma emoção paralítica.

Só rir de leve e superficialmente. Do que tiver muita graça.

E talvez escorrer uma lágrima para o que for insuportável. Mas tudo meio que por osmose.

Nada pessoal. Algo tipo fantoche, alguém que enfie a mão por dentro de mim, vez ou outra, e me cause um movimento qualquer.

Quero não sentir mais porra nenhuma.

Só não sou uma suicida em potencial porque ser fria me causa alguma curiosidade.

O mundo me viu descabelar, agora vai me ver dormir e cagar pra ele.

Eu quis tanto ser feliz. Tanto. Chegava a ser arrogante. O trator da felicidade.

Atropelei o mundo e eu mesma. Tanta coisa dentro do peito. Tanta vida.

Tanta coisa que só afugenta a tudo e a todos.

Ninguém dá conta do saco sem fundo de quem devora o mundo e ainda assim não basta. Ninguém dá conta e...quer saber? Nem eu. Chega. Não quero mais ser feliz. Nem triste. Nem nada. Eu quis muito mandar na vida. Agora, nem chego a ser mandada por ela.

Eu simplesmente me recuso a repassar a história, seja ela qual for, pela milésima vez. Deixa a vida ser como é. Desde que eu continue dormindo.

Eu só espero chegar as nove da noite pra tomar meu Rivotril e desaparecer.

Ser invisível, meu grande pavor, ganhou finalmente uma grande desimportância.

Quase um alivio. I don’t care.


(Tati Bernardi)

sábado, 6 de dezembro de 2008

Passarinha!!! rs

Todos esses que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!

(Mario Quintana)