sábado, 31 de janeiro de 2009

A gente sempre sabe...


-Na primeira vez que te vi,

sabia que tu ia ficar comigo.


-Sabia como?


-Ah, eu sabia.


-Te contar: eu também sabia.


-Então. Essas coisas a gente sabe...

domingo, 25 de janeiro de 2009

Polaróides


Vazia a casa por dentro, em volta nada

Vazio o baixo, a noite e o cobertor

Não fico triste inutilmente

Pensando que o encantamento entre nós acabou

Procuro por mim em volta e não acho nada

Gravado na tela do seu novo computador

Se paro meu olho na dela meu olho reclama

Da trama que envolve a paisagem noir do Leblon

Me desculpe a pressa, mas madrugada me chamou

Do meu canto eu prego a palavra que não se falou

Me desculpe a pressa, mas a madrugada me chamou

Se não vou na festa porque me interessa o seu amor

A gente tem quase tudo pra não dar certo

Mas quando estou perto um deserto se mostra maior

Se vejo eu penso que pode ser vento

Desejo que o vento me leve pra um mundo

Eu quero que tudo pra nós seja verão eterno

E dure no inverno o que dura o perfume da flor

Disparo outra vez polaroides e o tempo dispara

E a noite revela que o tempo da noite acabou...


(Celso Fonseca)


obs.: Música que não sai da cabeça.

sábado, 24 de janeiro de 2009


Nas veias que deixei sangrar

O mar das saudades que me encontro

O choro, a paixão e o velho canto

Que por ti derramo

Os olhos que apontam, lá

Lá onde tudo conta

As mãos te que querem levar

Pra aquele horizonte ao fundo

Fundo em que tudo vale

Nossa intimidade, os sonhos

Sonhos que eu ainda conto

Conto sobre minha pele

Pele que tua alma serve

Digo: porque sois meu dono.


(Fernando Costa)
Se tu me amas, ama-me baixinho.
Não o grites de cima dos telhados,
deixa em paz os passarinhos.
Deixa em paz a mim!
Se me queres, enfim, tem de ser bem
devagarinho, amada, que a vida é breve,
e o amor mais breve ainda.

(Mário Quintana)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Limite

Existe um ponto de alerta no circulo onde um sentimento se abriga.
Somos fracos até certo ponto. Engolimos sapos até certo ponto.
Aguentamos firmes até o dia em que a nossa emoção se confronta com uma realidade em preto e branco- e quente.
A realidade que cospe sangue, que engole a fé, que faz desaparecer qualquer caminho.
A realidade que faz prever o absurdo e o descompasso.
A realidade que faz virar pó a sensação do que até então parecia o infinito inabalável.
Príncipes viram sapos. O encantado se torna uma tarde cinza em que ficamos em pé na estação, esperando um trem que nunca vai chegar.
O horror. A pressa. Um dia sem fim.
Algum gesto ou alguma palavra que fizesse o mundo quase perfeito existir e colorir.
Não coloriu e não existiu. Teríamos evitado escalar a montanha.
Teríamos deixado o destino por as mãos em tudo.
Teríamos sido fortes, cautelosos e cúmplices.
Teríamos sido metades de algo inteiro como aquele encontro de um livro conto de fadas.
Não deixamos que o futuro nos envolvesse, nem que algum bom momento soprasse sua vontade de voltar a ser - e voltar a nós.
Não guardei meus medos e você não hesitou erguer o muro.
Depois de andar em circulos e promover o vazio, depois de perder a noção de espaço entre dois, depois de temer a fé e assumir em cada passo um compasso de desesperança até desesperar - O que restou de nós?
Porque o amor não resiste a sorte, e sobretudo não resiste o contrário daquilo que pede pra ser - e acontecer.
Esse abismo, esse chão, esse já era, e o necessário encontro com a vida lá fora - até onde conseguimos chegar.
O seu limite e por fim, o meu.
(Fabiana Borges)

Íris


Quando me dei conta de que os meus olhos têm a tua cor, éramos meu coração e eu, apenas, repousando sob o céu calado de um dia completamente azul, salpicado de memórias dos teus sorrisos, e havia o teu rosto em cada cristal de luz que me acariciava os cabelos. Era a paz dissipando a tempestade germinada das minhas dúvidas mais ferozes, aquelas norteadas para o estéril busca de sentido no que não admite razão. Nesta paz tão súbita e tão familiar não cabe razão alguma, nem entendimento, nem outras desnecessidades dessas inutilmente ansiadas - e que discernimento pode ter alguém cujo coração parece pequeno diante de paixão tamanha mas que se redimensiona, se agiganta na intenção de se abrigar o que não tem medida?


Quando me dei conta de que tua presença é maior do que qualquer ausência presumível, quando me dei conta de que me deixar consumir pelos receios é inútil - porque te trago irremediavelmente entranhado no corpo e na alma - meu coração acalentado inundou de paz os meus olhos cor-dos-teus-detalhes. Sem questionamentos me entreguei à vontade desse pulsar de origem indefinida, irradiada do melhor que eu tenho em mim, e já não me oculto sob a armadura das dissimulações: vou, apenas, prescindindo de lógica, abandonando artifícios, ignorando destinos - são as tuas mãos que me abrem os caminhos.


(Flávia Brito)


quinta-feira, 22 de janeiro de 2009


"(...) Amor é com quem me deito

e deixo montar

minhas coxas em forma de forquilha

e onde

amor abre caminho pelas minhas

águas."


(Olga Savary)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Eu gosto assim...


Eu lhe prometo ser fiel na alegria, na tristeza e em todas as rodadas do Brasileirão mesmo que seu time 6 vezes campeão nacional seja hipoteticamente rebaixado para o grupo B - mas aviso logo: vai ser difícil segurar as piadinhas e eu sei que no meu lugar você faria o mesmo, então não fique rebelde caso um dia isso venha a acontecer. (...)


Ah, sim, falando em prometer... eu ia dizer que sim, de bom grado, eu prometo segurar suas mãos naquelas noites em que o mundo inteiro vira chuva e desaba sobre o telhado porque sei que você tem medo de trovões, e deixar você dormir do lado direito da cama, e dividir com você as minhas batatinhas fritas e a pipoca do cinema - mesmo que você teime em comprar entradas para um desses fimes toscos em que voam socos, pontapés, e gente morta ou estropiada por todos os lados, fazer o quê. Eu prometo te emprestar o meu shampoo e (eventualmente) não deixar calcinha no box. Eu prometo estar com você quando Maomé não for à montanha, mas a montanha for à Maomé, ou quando Judas finalmente encontrar as botas que perdeu, ou quando o mar virar sertão, o sertão virar mar e o camêlo passar pelo buraco da agulha e, sobretudo, eu prometo ficar ao seu lado e sorrir o seu sorriso preferido quando a vida parecer ter se transformado em uma grande piada de mau gosto e as coisas podem até pecar no quesito leveza, mas estaremos juntos e descobriremos juntos que o diabo não é tão feio quanto parece.


E não lhe ofereço nem aliança nem nada de tão específico como prova do meu amor e da minha fidelidade porque você sabe, eu fico tiririca com esse negócio de ter que provar amor. E como mentiras me dá urticárias, ui não posso nem pensar, deixo claro que vou continuar reclamando da toalha molhada sobre a cama e da tampa levantada do vaso sanitário, e também da louça acumulada na pia nos dias em que a diarista não vem, e dos copos que você larga em qualquer lugar, custa passar uma água? E sem dúvida eu vou continuar reclamando ( e muito) da cara esfomeadamente terrorista que você faz quando olha pros peitos da filha do aposentado do 612, aquela que usa uns vestidos tão curtos que deixam ver até a consciência, se é que ela existe - pensou que eu não tinha percebido, hein, mas sobre a mocréia a gente conversa baixinho depois.


E certamente vou continuar me fazendo de surda quando você insistir que eu pare de falar com aquele ex-namorado lindo, charmoso, inteligente e bem-sucedido no ramo de empreendimentos imobiliários, mas quer saber? Nada disso faz a menor diferença. Talvez eu nem tenha tido escolha, o meu coração leva muito a sério essa coisa de livre arbítrio e não me deixou dar muito palpite quando escolheu amar você pela vida inteira. E eu, que às vezes acho que ele não poderia ter sido mais irresponsável, quando olho para o lado e vejo você dormindo, tranquilo, com a cara feliz de quem está sonhando não com os anjos mas com um séquito de coelhinhas da Playboy, tenho certeza de que ele acertou. Porque você está longe de ser um príncipe encantado (nem tão longe). Mas só você é você, e eu gosto assim.


(Flávia Brito)

domingo, 18 de janeiro de 2009

Meu jardim


Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores

Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho

Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho

Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim...


(Wander Lee)

Das pequenas grandes mudanças...


Seria um dia como todos os outros, mas foi o meu dia de arrumar a casa.


Pó e teias de aranhas subjugavam todos os meus cantos. Tralhas inúteis acumuladas a perder de vista, engolindo as portas com voracidade, a obstruir implacáveis minhas já débeis ousadias de enxergar que sim, que havia mundo além de mim... um colorido indefinível e carcomido era o triste estado de minhas paredes, ocupando por inteiro a solidão de meus cômodos, o ar pesado, quente e sufocante, que há muito tempo alimentava os meus pulmões.




Mas era o meu dia de arrumar a casa. E meu peito se encheu de uma compaixão arrependida, ao ver que ainda havia beleza jazendo sob os destroços do que um dia fora segurança e aconchego. E eu, outrora tão alheia e negligente, não mais conseguia sequer cogitar a idéia de abandoná-la, e percebi, em meio àquela deordem completa e descabida, que era chegado o momento de enfrentar o caos.




Penosa me foi a tarefa de recolher cacos e bugigangas, amontoados que estavam por todos os lados. Esvaziei os armários não sem dificuldades, me desfiz do meu velho e pesado baú de memórias, repleto de mágoas, insensatezes, rancores, frustrações - alguns tão antigos que eu nem me recordava ainda estarem ali. Feri-me, é verdade, fiz calos nas mãos, contudo, a despeito do corpo alquebrado, sorvi a certeza de me saber mais leve.


Vasculhei todos os cantos em busca de pó e teias de aranha, e vi os raios de sol entrarem tímidos, porém festivos e resolutos, através das frestas diminutas que se revelavam diante da claridade tão desejada e enfim presente. E restaurei minhas paredes rotas, gastas, e as vi ressurgirem vibrantes, imponentes, refletidas com todos os tons que se irradiavam de minhas cores nascentes. E, em um arroubo, abri todas as portas e janelas, e respirei profundamente a pureza do ar que havia banido de mim, e que agora me invadia com a benevolência lépida e impetuosa de uma correnteza.


Arranquei sem piedade as ervas daninhas que se haviam multiplicado junto aos meus muros. E até esses fiz virem abaixo - pois para coisa alguma jamais serviriam tais muros, afinal. Replantei meu jardim em um pedaço de terra que, de tão esquecido, virara terreno baldio - mas que, embora ignorado, recebeu minhas sementes e as germinou com amor de ventre materno. E me animei naquela terra, e a senti cálida de amorosa, e vi como era bonito o nascer dos girassóis... e chorei todas as lágrimas felizes e serenas que havia guardado sem saber para quê, e vi essas gotas de mim serem chuva fecunda para o novo universo que despontava diante dos meus olhos.


E embebida de um cansaço feliz, repousei placidamente o corpo sobre aquele chão tão deliciosamente meu, e me deixei ficar a apreciar a minha obra, e me permiti ser parte de tudo o que havia brotado da labuta de minha alma. Pois fora o meu dia de arrumar a casa. E, enfim era doce e reconfortante me sentir habitável.


(Flávia Brito)

sábado, 17 de janeiro de 2009

Toma!


Tu nem sabes, mas já te dei tudo que era meu.

E em troca eu quis apenas esse eco torto de felicidade que me alisa a pele estremecida e pelo qual quase deixo de respirar, me arrepio inteira, viro apenas um corpo quieto guardado sob a mão invisível feita disso que eu sinto e que entra pela minha boca e sai pelos meus olhos e por qualquer gesto meu rasgado no espaço, qualquer gesto meu me abandona e vira teu, eu já te dei.

É tudo tão simples e silencioso, e tudo grita por dentro, e o que eu posso fazer?
Eu deixo... Tu nem sabes, mas enquanto ainda estás aí do lado de fora, parado, esperando que eu te abra a porta e te diga qualquer coisa nessa língua muda que tu entendes tão perfeitamente e que tão perfeitamente nos cabe, eu já não estou aqui, já me transportei para o lado onde não existe aqui e nem lá, em que unicamente há uma história para dois em qualquer lugar para onde quer que se virem meus pés afoitos, pequeninos pés sem memória buscando reinventar o chão.

O calor que eriça teus pelos sob as gotas d’água também rodopia entre meus dedos numa felicidade corrediça e quente, e sei que estás aí sorrindo e eu estou aqui sorrindo e quase hesitando, mas é tarde, eu já te dei tudo que era meu, inclusive aquele passo que restava pesado e desinibiu-se e virou destino cumprindo-se em linha reta, tudo que era meu eu já te dei.

E sei que estás aí parado, molhado, esperando, e que a chuva que cai sobre a tua cabeça é nada, como é nada tudo que não é chuva, nem tu, nem eu, nem essa porta se abrindo para o que eu não sei o que é, mas quero muito saber, então entra, vem.

Eu tremo, sim, mas não é frio, é por não me restar nada que eu não queira absurdamente te entregar, toma.

Toma.

(Flávia Brito)



S2


Um coração que fugiu
E perdeu-se por aí.

Desconfiado, tem medo de fantasmas
E masca chicletes de boca fechada
Na fila do cinema ou nas beiras das calçadas.

E passa calado, silencioso
De olhos arregalados, admirados
Das gentes e ruas e frentes
Das casas e praças
E duendes de jardim.

Passa medroso, assombrado
Boquiaberto, encantado
Com os beijos no outdoor
Com os letreiros néon
Com prédios e luzes e estrelas
E livros de cabeceira
E roseiras e jasmins.

Um coração de trouxinha na mão
Que fugiu e perdeu-se
E não sabe voltar

Um coração distraído
Atrapalhado e esquerdo

Que faz ruído quando corre de braços abertos
Por entre outros braços abertos

Ruído miúdo
De coração fugitivo que corre e tropeça
Sem jeito
Num outro peito
Num outro peito.


(Flávia Brito)

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Chico Xavier

Que Deus não permita que eu perca o ROMANTISMO,
mesmo sabendo que as rosas não falam.
Que eu não perca o OTIMISMO,
mesmo sabendo que o futuro que nos espera não é assim tão alegre.
Que eu não perca a VONTADE DE VIVER,
mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, dolorosa...
Que eu não perca a vontade de TER GRANDES AMIGOS,
mesmo sabendo que, com as voltas do mundo,
eles acabam indo embora de nossas vidas...
Que eu não perca a vontade de AJUDAR AS PESSOAS,

mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver,
reconhecer e retribuir esta ajuda.
Que eu não perca o EQUILÍBRIO,
mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia
Que eu não perca a VONTADE DE AMAR,
mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo,
pode não sentir o mesmo sentimento por mim...
Que eu não perca a LUZ e o BRILHO NO OLHAR,
mesmo sabendo que muitas coisas que verei no mundo,
escurecerão meus olhos...
Que eu não perca a GARRA,
mesmo sabendo que a derrota e a perda
são dois adversários extremamente perigosos.
Que eu não perca a RAZÃO,
mesmo sabendo que as tentações da vida são inúmeras e deliciosas.
Que eu não perca o SENTIMENTO DE JUSTIÇA,
mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu.
Que eu não perca o meu FORTE ABRAÇO,
mesmo sabendo que um dia meus braços estarão fracos...
Que eu não perca a BELEZA E A ALEGRIA DE VER,
mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos
e escorrerão por minha alma...
Que eu não perca o AMOR POR MINHA FAMÍLIA,
mesmo sabendo que ela muitas vezes me exigiria
esforços incríveis para manter a sua harmonia.
Que eu não perca a vontade de DOAR ESTE ENORME AMOR
que existe em meu coração,
mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido e até rejeitado.
Que eu não perca a vontade de SER GRANDE,
mesmo sabendo que o mundo é pequeno...
E acima de tudo...
Que eu jamais me esqueça que Deus me ama infinitamente,
que um pequeno grão de alegria e esperança dentro de cada um
é capaz de mudar e transformar qualquer coisa, pois....
A VIDA É CONSTRUÍDA NOS SONHOS
E CONCRETIZADA NO AMOR!

Amorosamente,
Francisco Cândido Xavier

Depois de algum tempo...


Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.

E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.

E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.

E começa a aceitar sua derrota com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...( a mais pura verdade).

E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.

E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.

E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com que você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.

Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.

Descobre que se demora muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser e que o tempo é muito curto.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são as pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.

Aprende que paciência requer muita prática.

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando cair, é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel com ninguém.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

E você aprende que realmente pode suportar...que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.

E que realmente a vida tem valor e que você, ahh...você tem o seu valor !!!

Despedida de a favorita...


Que beijinho doce

Que ele tem

Depois que beijei ele

Nunca mais amei ninguém

Que beijinho doce

Foi ele quem trouxe

De longe pra mim

Abraço apertado

Suspiro dobrado

De amor sem fim.


Que beijinho doce

Que ele tem

Depois que beijei ele

Nunca mais amei ninguém

Que beijinho doce

Foi ele quem trouxe

De longe pra mim

Abraço apertado

Suspiro dobrado

De amor sem fim.


Coração quem manda

Quando a gente ama

Se eu estou junto dele

Sem dar um beijinho

Coração reclama.


Que beijinho doce

Foi ele quem trouxe

De longe pra mim

Abraço apertado

Suspiro dobrado

De amor sem fim.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Descobri...

Descobri que o mundo que a gente diz e que parece tão grande, não é muito maior que a palma da nossa mão.
Descobri que o que a gente quiser, agente consegue se correr atrás.
Descobri que nem tudo que é bonito, que nem tudo que faz bem, é amor.
Descobri que frases bonitas nem sempre são verdadeiras.
Descobri que nem todo mundo vai aceitar seu sentimento ou opinião.
Descobri que os meus inimigos às vezes me ensinam também.
Descobri que não é feio assumir um medo ou pedir ajuda, feio é nao lutar.
Descobri que aquele que você diz seu amigo, talvez não esteja sempre do seu lado.
Descobri que às vezes mais uma chance é sinal de mais um tombo.
Eu descobri que o amor nem sempre é bonito, e nem sempre faz bem!

Diferente o modo como o mundo gira...


Diferente o modo como o mundo gira.

Estranho às vezes pra que lado ele nos leva, inacreditável como a nossa vida muda em uma fração de segundos, e os nossos sentidos e sentimentos nos enganam.

Cada dia que passa me conheço e desconheço mais, e o mundo de ontem já não é o mesmo de hoje.

O amanhã fará parte do meu passado distante, e quem sabe eu já nem lembre mais quem eu amei.

O sol de todos os dias amanhece diferente, as nuvens que eram fracas cobrem um pouco do seu brilho.

E os ventos sopram pra lugar nenhum, ou, pra todos os lugares, já nem sei...

A musica que eu não gostava, hoje já me cai bem, e se ontem eu não queria nem saber, talvez hoje me interesse.

E os tombos, as quedas já nem doem, acabei me acostumando com o bem e o mal.

Diferente o modo como o mundo gira.


(Autor Desconhecido)

sábado, 10 de janeiro de 2009

...


Eu já dei risada até a barriga doer, já nadei até perder o fôlego, já chorei até dormir e acordei com o rosto desfigurado.

Já fiz cócegas na minha irmã, já me queimei brincando com vela.

Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, já conversei com o espelho, e até já brinquei de bruxa.

Já quis ser astronauta, violinista, mágico, caçadora e trapezista.

Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés para fora.

Já passei trote por telefone, já tomei banho de chuva, já roubei beijo.

Já fiz confidências pro melhor amigo, já confundi sentimentos.

Peguei atalho errado e continuo andando perlo desconhecido.

Já raspei o fundo da tigela de bolo...

Já me machuquei tirando espinha, já chorei ouvindo música.

Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer. Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, já subi em árvore pra roubar fruta, já caí de bunda no chão.

Conheci a morte de perto, e agora anseio por viver cada momento.

Já fiz juras eternas, já escrevi no murro da escola, já chorei sentada no chão do banheiro, já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.

Já saí pra caminhar sem rumo, sem nada na cabeça, ouvindo estrelas.

Já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinha no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.

Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.

Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas nasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.

Já apostei em correr descalço na rua, já gritei de felicidade, já roubei rosas num jardim.

Já me apaixonei e achei que era pra sempre...

Já deitei na grama de madrugada e vi a lua virar sol, já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.

Foram tantas as coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração.


(autor desconhecido)

Sinceridade...


''Ser sincero é ser franco, ser verdadeiro e simples.

Ser sincero é enaltecer a lisura de caráter.

Ser sincero é cultuar a verdade, o princípio certo.

A sinceridade faz surgir a confiança entre as pessoas, estabelece a certeza, nos faz mais fortes.

A sinceridade afasta-nos da mentira, da injúria, e da calúnia.

Retirar a sinceridade de uma relação é torná-la uma virtude teatral...''


(Autor desconhecido)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Procura-se esperança desesperadamente!!


Pra onde foi a minha inspiração? Cadê?

Uma preguiça de acordar.

Uma preguiça de tomar banho, escolher uma roupa, escolher entre bolo de chocolate e suco de laranja.

Tudo parece ter o mesmo gosto falso de paliativos.

De forte somente a preguiça de contar de tantas preguiças.

Da cartilha do sucesso, que manda estudar, amar o que se faz e se relacionar bem, apenas amei. Nem isso faço mais. Sou uma péssima aluna.

Tenho a impressão de ter chegado ao topo de uma montanha, mas ela era muito alta e afastada e ninguém me viu.

Em vez de sucesso sinto segundos desejáveis de suicídio, vontade de pular lá de cima da montanha com o dedo desejando um último foda-se ao mundo.

Nem que seja para fazer barulho e sujar o chão dos equilibrados.

Nem que seja para fazer falta.

Cadê o gosto intenso de fugir do mundo com um segredo fatal?

Não existem segredos fatais: todo mundo come todo mundo por caça e infelicidade.

Somos animais tristes e não seres loucos e apaixonados.

Eu me enganei tanto com o ser humano que ando com preguiça de me entregar. Ninguém tem coragem pra mudar nada, ou apenas é inteligente para saber que a rotina chega de um jeito ou de outro, não adianta se mover.

Pra quem faço falta e aonde me encaixo?

Aonde sou útil e pra quem sou essencial?

Pra onde vou e aonde descanso?

Pra quem e por quem vivo?

Freud mexeu três vezes no túmulo com a vontade de me dizer que devo viver por mim.

Dane-se a psicanálise: é muito mais gostoso ter outros encantamentos, além do umbigo.

Não que esses encantamentos não sejam para agradar meu umbigo.

Ok, fiz as pazes com Freud, que deve achar o egoísta um pouco menos doente que o depressivo. Ou não, não fiz as pazes com Freud, que acha tudo farinha do mesmo saco e nem está prestando atenção em mim.

Ele é só mais um a não enxergar o alto da montanha, mesmo porque ele está embaixo da terra. Incluo Freud no meu "foda-se o mundo". Que papo é esse?

A esperança desesperada por amor e reconhecimento profissional deixou escapar a cansada esperança que se assustou de desespero.

Perdi meu deslumbramento, a válvula propulsora da vida que tive até aqui.

Cansei de me encantar pelo difícil.

Que tal um homem e um salário de verdade pra viver uma vida de verdade?

Chega da miséria do sonho. Chega de idealizar uma vida com um fone no ouvido.

Eu quero tocar, eu quero cair das nuvenzinhas acima da minha cabeça.

Junto com meu deslumbramento, perdi boa parte de quem eu era.

Boa parte tão grande que não tenho para onde ir. Sou uma sem-vida.

Junto com o meu deslumbramento, perdi o rumo: quem não sonha não sabe aonde quer chegar. O sonho guia, leva longe.

Mas de frustrado ele te faz retroceder alguns anos, te transforma em criança assustada.

Sei disso quando durmo em posição fetal querendo ser devolvida ao quente da minha proteção primária.

Freud volta a ser meu amigo.

Minha esperança é que o sonho esteja apenas cansado e depois de uma boa noite retorne colorido, musicado e perfumado.

Eu disse a minha esperança? Então eu ainda tenho alguma? Nem tudo está perdido.

Estou deslumbrada com a vida, que te devolve à infância quando o mundo adulto atropela e fere. Lá na infância você se enche de sonhos e volta preparada para o mundo adulto, que se ocupa a frustrá-los todos novamente.

Eu disse que estou deslumbrada? Não, eu não disse, eu escrevi. Que papo é esse?

Entre idas e vindas me resumo feliz. Entre altos e baixos me resumo equilibrada.

Sendo assim, tá na cara e não tem pane: ando meio mal mas vou sair dessa.


(Tati Bernardi)

Acabou 2008!!

Nunca me conformei com o fim de nada.
Por mais que eu sentisse que era a hora.
Por mais que eu quisesse ou precisasse me livrar das coisas.
O “acabou” sempre chega ou chegou como se eu jamais tivesse parado pra pensar nele.
Cruel, terrível e doloroso além de mim.
O último dia em qualquer coisa que tenha durado tempo suficiente pra me fazer dormir sorrindo com o dia seguinte.
Um emprego, um curso, uma casa, uma viagem especial, um relacionamento.
O ultimo dia do ano. Sempre tristes, sempre cheios de momentos em que eu preciso me isolar e ficar de um quase desespero catatônico.
Uma vontade de sair correndo sem me mexer.
Um pavor calmo e, pra quem nada entende de espasmos assustados, até sorridente.
Abaixar e abrandar tudo em mim que ainda se debate pra continuar onde estava.
Subindo loucos para a minha testa, todos eles. Mas quem são esses eles que sobem pra minha testa? Um mal estar em velar a vida que acabou pra poder continuar.
Uma mistura caótica de enterro com nascimento, tipo se apaixonar.
Dez pra meia noite meus amigos já estão um pouco bêbados e os fogos começam nas praias próximas. A praia em frente a casa está linda e o teto cheio de bexigas brancas. Meus amigos cheiram bem. Digo, por causa do banho. Eu sumo. Desapareço. E começam as piadinhas “deixa, ela é assim mesmo”. Uma coisa horrorosa me assusta e eu quero algo que não é nem a minha mãe e nem a minha cama e nem a minha casa.
Olho meu carro na garagem da casa e tenho um segundo de alívio. Ainda existe ir embora. Mas da onde? Eu sempre querendo ir embora. Mas pra onde?
Quero um colo e um quente e um ombro que nunca conheci.
Não é de homem, de amor, de força. O que é isso? Um enjoado que não faz passar mal.
Um frio que não precisa de agasalho.
Uma necessidade absurda de ir para um lugar que eu nem imagino qual seja.
Uma saudade de vida inteira como se eu já tivesse vivido.
Uma coisa enorme e ao mesmo tempo concentrada naquela picadinha de inseto atrás do meu joelho que incha e incomoda do tamanho do mundo.
Uma angústia que estremece até aqueles cantos da gente que a gente passa batido.
Uma coisa de cantos e não de peitos. Mas que acaba com o oxigênio.
Sento sozinha onde a vista é mais bonita. Aperto meu celular.
Pra quem eu quero ligar? Quem? Ninguém. Não é saudade de gente essa coisa.
Não é coisa que passa de ouvir voz ou desejo ou coisas bonitas. Então passa com o quê?
Escuto os outros e enquanto isso acontecer, não vai passar. Preciso me escutar.
Mas não tenho nada pra me dizer. Só esse vão dos pensamentos. Só esse intervalo de motivos.
Só a soneca merecida do carrasco que mora no centro da minha cabeça.
Só o momento alienado das listas. Esse bueiro vazio embaixo da vida.
Essa falha da linha embaixo do que se tem a dizer.
Esse nada que caio, de vez em quando, e que também não tem nada pra me dizer a não ser que o mistério também faz parte.
Assim que eu me sentir mais leve, simplesmente saio dele, sem nada concluir.
Não dá pra forçar, levar um choque de voltar pra superfície.
Só o que existe é enfrentar esse algo que jamais soa como algo a ser enfrentado, já que não é nada.
Coloca aí a sinfonia número 5 para eu chorar? Quando meu pai me leva, aos domingos, para ver concertos, fico torcendo pra ter essa porque ela sempre explica, de alguma maneira, o fim das coisas. Não é de morte, mas é de morrer. Entende? Coloca? Não, Tati.
Ninguém tem isso aqui, tá louca? A gente vai colocar o Asa de águia. Oi?
É. E eu mais uma vez me pergunto porque saio de São Paulo no dia que mais tenho pânico de todos os dias do ano.
Mas se eu contar pra alguém, vão me mandar pra médicos e remédios e curandeiros.
Como se tivesse solução pra ter nascido. Ninguém entende nada.
Então só me afasto e aperto o celular. Não quero nada e nem ninguém.
Aperto apenas pra lembrar que existe, ainda, uma lista de querer dentro de mim.
Que uma hora volta. Daqui a pouco eu volto e tudo volta. A virada do ano.
Estamos todos morrendo! Quero correr pela praia. E gritar. Fodeu galeraaaaaa! Estamos todos morrendo! Acabou. Ta acabando. Vai acabar.
E isso é...putz, e isso é tão lindo que eu queria poder, agora, amar demais tudo e todos. Amar daquele jeito perfeito que dura um segundo e não quer nada em troca.
Amar com meu caminhão da Granero. Do jeito enorme e grosseiro e Zona Leste que sei.
Mas não faço nada disso, apenas rebolo, como se eu fosse mais uma ovelha do rebanho feliz, ao som do Asa de águia.
E é como se o diabo me filmasse para eu saber, pra sempre, o quanto me traio pra jamais sucumbir a minha estranheza.
O quanto deixo de assustar os outros com a minha maluquice e me assusto com a maluquice dos outros em mim.
Rebolo pra dar de presente ao mundo minha presença, ainda que nem eu possa senti-la nessas horas. Acabou. O ano virou.
Daqui a pouco, todos estarão tão bêbados que eu poderei ser estranha ou infeliz ou bizarra ou nula como bem entender. Talvez ir dormir, por exemplo.
Ou fazer coco. E poderei me libertar dessa obrigação pavorosa de estar feliz e simpática e emanando coisas boas. A ditadura da felicidade.
Ano Novo é que nem o Rio de Janeiro. O Hugo Chávez da alegria.
Eu quando fico estranha, quando tenho o “troço” que me dá, a última coisa que quero é um abraço.
Agora imagina ficar estranha todo ano novo, a data dos abraços. Socorro.
Às quatro da manhã, em meio a bexigas estouradas, gente caída, bocejos e I-pods descarregados, sinto a alegria vindo como um orgasmo daqueles que sabemos fortes porque se aproximam tímidos e ainda machucados.
Canto bem alto. Danço. Abraço os restos das pessoas espalhados pelos restos da festa.
Agora é a minha vez. Enquanto todos acabam de comemorar o final do ano, começo a comemorar o final da comemoração de final de ano. Ufa! Acabou! Acabou o Natal e o ano novo! Ufa! Agora que não precisa ser feliz, posso ser feliz em paz.
Agora que não precisa ter energia, esbanjo minha falta de limite.
Quero correr pela praia. Estamos todos vivos. Galeraaaaaa estamos vivooooos! Ufa! Acabou! Acabooooou! É isso.
Não sei ser feliz com os finais que chegam.
Mas sempre dou um jeito de me divertir quando sou eu que, apesar de tudo, chego até o fim.
(Tati Bernardi)

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A mancha


Tem uma mancha no coração. Não respiro como antes, nem durmo.

Por onde eu vou me acompanha um pensamento sobre o que seria se não tivesse sido exatamente assim ou sobre quem eu seria se não tivesse acreditado tanto.

Existem dores por todo meu corpo. Não há espaço onde eu permaneça parada e não há o que me chame atenção sem que por alguns minutos eu não pergunte "porque?"

Tem que haver leveza em algum lugar dentro de mim.

Tem que haver uma esperança qualquer capaz de vencer o meu "não acreditar mais em nada".

Nada seria melhor que a ação do tempo, mas o tempo quase não passa e levo comigo essa pressa de que o tempo passe, sem que eu me cobre ter mais alguma coisa a perder, ter sonhos.

Não esqueço. São frases guardadas e elas voltam quando me surpreendo num sorriso ou na multidão.

É aquele momento que não posso mudar e que me desperta quando chega o sono.

E não durmo mais e parece eterno.

Me alimenta a incógnita -Nada será como antes / nenhuma pessoa será como antes?

Algo além do poder nosso de cada dia, ou de uma esperança me faria acreditar?

É isso que chamam ter fé? Já usei todas as metáforas.

E cada lágrima me serviu de uma teoria onde a esperteza de alguns esmaga os anseios de outros.

Onde a prece não muda o fato, onde a sorte não muda o caminho e onde apenas um momento dilui todos os outros.

É ela que tem me empurrado e ampliado qualquer sentimento triste ou eufórico.

É ela que me conduz a um planeta pequeno, vazio, habitado pelos meus medos todos.

É ela que me faz tão pequena como qualquer outro, tão fraca como tantos e tão estranha como nunca.

E se há um lugar para onde depois ela siga, e se há um momento onde me sinta limpa de novo e livre - que me empurrem os Deuses- é lá que preciso estar. O quanto antes.


mágoa

má.goa

sf (lat macula)

Desgosto, pesar, tristeza.