sexta-feira, 19 de abril de 2013

A voz do silêncio

Imediatamente me veio à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis pois, você sabe, o silêncio não é dado a amenidades. Um telefone mudo. Um e-mail que não chega. Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca. Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas.

Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão. O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão. Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim. É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento.

Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo. Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados. Quando nada é dito, nada fica combinado. Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar: “Diz alguma coisa, mas não fica aí parado me olhando!” É o silêncio de um mandando más notícias para o desespero do outro.

É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo. Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo. Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente. Para os seguranças de um show de rock, o silêncio é um sonho. Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.

O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto. É quando ninguém bate à nossa porta, não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim você entende a mensagem.

(Martha Medeiros)

Muitas vezes...


"Já aconteceu de eu quase chorar por ter tropeçado na rua, por uma coisa à toa. É que, dependendo da dor que você traz dentro, dá mesmo vontade de aproveitar a ocasião para sentar no fio da calçada e chorar como se tivéssemos sofrido uma fratura exposta."

(Martha Medeiros)

sexta-feira, 12 de abril de 2013

...

Certas coisas não tinham que ser ditas, eram pra ser percebidas. E me desculpe, isso não tem nada a ver com expectativas. Isso tem a ver com enxergar o outro.

(Clarissa Corrêa)

terça-feira, 9 de abril de 2013

...



(...)

Eu tinha aquela crença bonita de que tudo no fim dá certo. Sempre. E hoje eu sei que nem tudo anda nos trilhos. Vezenquando a realidade bate forte na porta e me mostra que as coisas muitas vezes dão errado. Mas, olha que curioso, elas dão errado para que a gente aprenda que nem tudo é linear. Não é carma, cruz ou o mundo pesando nas nossas costas frágeis. Vou te contar uma verdade: nada disso cabe em cima de mim ou de você. O fato é que nem sempre sabemos lidar com a frustração. Somos humanos, imperfeitos, hedonistas.


Querer e não poder dói. Sonhar e não realizar dói. Planejar e não acontecer dói. Tudo isso fere, corta, sangra. E não dá pra gente se debater e sair chorando feito criança pequena, pois grandes já somos. É preciso encarar, secar a lágrima no canto do rosto, seguir em frente. Gente grande segue em frente. E isso também dói.




(Clarissa Corrêa)

domingo, 7 de abril de 2013

Um ano e dez meses ♥


Ainda bem
Que você vive comigo
Porque senão
Como seria esta vida?
Sei lá, sei lá...
Nos dias frios em que nós estamos juntos
Nos abraçamos sob o nosso conforto
De amar, de amar


Se há dores tudo fica mais fácil
Seu rosto silencia e faz parar
As flores que me mandam são fato
Do nosso cuidado e entrega
Meus beijos sem os seus não dariam
Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu uma parte
Seria o acaso e não sorte


Ainda bem
Que você vive comigo
Porque senão
Como seria esta vida?
Sei lá, sei lá...
Se há dores tudo fica mais fácil
Seu rosto silencia e faz parar
As flores que me mandam são fato
Do nosso cuidado e entrega
Meus beijos sem os seus não dariam
Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu uma parte
Seria o acaso e não sorte


Neste mundo de tantos anos
Entre tantos outros
Que sorte a nossa, hein?
Entre tantas paixões
Esse encontro
Nós dois
Esse amor


Entre tantos outros
Entre tantos anos
Que sorte a nossa, hein?


Entre tantas paixões
Esse encontro
Nós dois
Esse amor.


( Vanessa da Matta)