domingo, 11 de novembro de 2018

Verdades universais

Algumas verdades são universais, e, uma delas é: se a pessoa tem interesse, se ela gosta de você, se ela te quer por perto, ela vai demonstrar. Pode ter certeza absoluta disso. “Ah, mas ele é tímido”, “trabalha demais”, “ele saiu de um relacionamento complicado”, entre “n” outros motivos, não, nenhum deles faz a pessoa deixar de demonstrar interesse.


Não tem mau tempo, sol de 40°, futebol, trabalho, cansaço, opinião de amigo, de família, enfim, não tem nada que não permita a pessoa de se mostrar ali. De mandar um “oi”, de ligar na hora do almoço, de falar: “a semana tá corrida, mas no fim de semana eu quero te ver”. Se a pessoa quer, acredite, ela mostra.


É bonito ver as exceções às regras, né?! É bonito sonhar com elas. Mas não vamos nos esquecer das verdades universais. E, uma delas, é essa: Quem te quer, vai te fazer saber. 

(@amargoemeio)

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Você conhece a sua namorada?

Você namora há dois anos e não sabe qual é o tipo de chocolate que ela prefere? – perguntei a um amigo que estava em dúvida entre o ovo de chocolate amargo e o de chocolate branco. 


– Não tenho a menor ideia, irmão! – ele me respondeu, fazendo cara de “E que diferença isso faz?”. – Como assim, cara? – continuei – Isso faz toda a diferença! – Ah, eu nunca reparei nisso.

– Mas sugiro que você comece a prestar mais atenção nesse tipo de coisa – aconselhei. – Ah é? E por quê? – Porque ela nunca se sentirá única ao lado de alguém como você, que demonstra não saber o que ela tem de diferente das outras! – afirmei. – Pare de filosofar e me dê um exemplo prático, Coiro. 

– Vamos supor que a sua namorada sinta dor de cabeça sempre que come pimenta do reino, tá? – Certo. – Agora imagine a seguinte situação, em um restaurante indiano: a sua namorada faz o pedido dela e você, logo em seguida, pede ao garçom que verifique se há pimenta do reino no prato em que ela escolheu. Imaginou? – Sim. O que tem? – É um jeito de você demonstrar, indiretamente, que conhece e se importa com as sutilezas que a tornam uma pessoa única, diferente das outras. É uma maneira simples de você mostrar que está sempre atento àquilo que ela lhe diz ou demonstra, mesmo quando está de boca fechada. E a melhor parte: é muito mais fácil do que descobrir quantos dedos de cabelo ela cortou. – Saquei. Então você está me dizendo que conhece todos os mínimos detalhes da sua namorada? – Todos? Provavelmente, não. Mas eu sei, por exemplo, que ela não gosta de receber rosas, orquídeas e margaridas, mas que sorri quando ganha cactos ou girassóis. Sei, também, que ela não usa roupas amarelas; que prefere chocolates bem amargos ou com avelãs (Nada de castanhas de caju ou passas!); que é apaixonada por um bolo chamado “Red Velvet”; que fica irritada quando ouve Pink Floyd; que curte a gema do ovo dura; que faz questão da “bundinha” do pão; que tem alergia a tapetes empoeirados; que se sente mal quando a temperatura sobe muito; que sonha em ter uma geladeira antiga (vermelha, de preferência!); que está a fim de comprar uma calça jeans bem preta – preta mesmo! – e um baú para guardar a coleção de Havaianas e os patins que só usou duas vezes; que precisa de alguns minutos entre o prato principal e a sobremesa; que faz questão de voar na janelinha; que curte o filé de frango esturricado; que – diferente da maioria dos habitantes do mundo – come a alface sem tempero; que prefere o que o D2 canta em carreira solo; que começa a comer a coxinha pela parte mais fina; que curte MMA, mas que só tem paciência para 3 lutas consecutivas; que sonha em morar em um vila só de casas; que está louca para diminuir o comprimento do cabelo; que acha bobagem gastar muito em maquiagem; que não consegue dormir quando a cama está quente; que curte o arroz mais “durinho”; que sorri sozinha, no busão, quando lê coisas sobre ela em meus textos; que adora filmes de época (desde que não tenham dragões, magos ou gladiadores); que se amarra em Família Dinossauros; que não se sente à vontade quando precisa pedir favores para mim; que tem medo de parecer um palmito dentro de vestidos de cores claras; que prefere vinhos tintos e frutados; que é doida por mojito; que usa a palavra “tá” quando não quer falar mais ou quando está aborrecida; que é péssima em lembrar de nomes de atores e de filmes; que pizza – de massa pan – é a comida que ela mais ama em todo o universo; que ela odeia coentro, mas que pira no manjericão; que ouve Legião Urbana por causa do irmão; que ela – diferente de mim – não tem medo de turbulência; que tem pavor de que eu a ache velha; que prefere o meu cabelo bagunçado e não muito curto. Enfim… Já escolheu o ovo? 


– Acho que vou levar o ao leite. E você? 


– Não vou levar nenhum, irmão.


– Por quê? 

– Pois sei de outro detalhe admirável relacionado à minha namorada: ela não vê diferença alguma entre os chocolates quadrados e aqueles que têm formato de ovo. Pelo contrário, ela me disse que acha um absurdo pagar muito mais caro só para comer chocolates arredondados. 


(Ricardo Coiro)

quinta-feira, 28 de junho de 2018

❤️

"O homem que te ama é aquele que já te viu bêbada, chorando, sem maquiagem, vomitando, nua, falando coisas sem sentido e ainda assim te acha a melhor."

sábado, 16 de junho de 2018

São as famosas "amiguinhas"

Leitora diz que vem passando por uma situação complicada com quem ama. Lista tudo o que julga de entrave: as discussões, o medo de se entregar, a família difícil. E não cita um único detalhe: ele tem namorada. Como se fosse uma irrelevância, um detalhe insignificante, um cravo na pele, que basta espremer com as unhas para tirar.

Omite o essencial, mas de propósito: “ele merece ser meu, eu mereço ser dele”. A namorada não existe, é apenas uma simples barreira removível.

O que me faz entender o pouco caso que se tem com o namoro, que é tratado como uma situação provisória, na qual se pode sair a qualquer instante, sem trauma e vínculo.

Namoro não teria o status de casamento. Assim poderia ser rompido com desinteresse.

De acordo com a teoria da leitora, qualquer namorado ou namorada estaria ainda disponível para cantadas e flertes, para assédios e conquistas. Flutuaria pelo mundo virtual livre de contrato.

Quantos acreditam, como ela, nessa distorção e não respeitam os beijos e as mãos dadas de pares românticos e avançam o sinal? Aproximam-se com segunda intenções, aproveitando as brechas das crises e das brigas, mostrando-se compreensivos e carinhosos. Exploram a fragilidade da confissão para se dar bem, vender as suas virtudes e se posicionar como uma opção confiável.

Quem já não viu um colega de trabalho escolher de alvo alguém namorando e investir no papel de confidente para questionar a relação, a ausência de felicidade, confundir a cabeça inocente da pessoa, argumentando que merecia mais e não deveria se contentar com migalhas?

O que há de urubus e abutres rondando o céu com as asas falsas de cupidos. São interesseiros, oportunistas, promovendo golpe de estado.

A sensação que se impõe, altamente irreal, é que os namorados não estariam juntos de verdade, mas partilham um estágio probatório, de teste, entretidos apenas enquanto não chega o amor eterno. Ou seja, aberto a ataques dos demais solteiros.

Ora bolas, namoro é compromisso como casamento. É um pacto de convivência e de lealdade tão importante quanto o registro no cartório. Não diminui a gravidade da infidelidade. Não apaga os sentimentos de exclusividade dos envolvidos. A dor diante de casos e mentiras é igualmente devastadora.

Não incomode quem se encontra acompanhado. Reconheça o valor do romance alheio. Nenhuma felicidade será legítima depois de estragar e cobiçar a vida do próximo.

(Fabrício Carpinejar)


terça-feira, 3 de abril de 2018

Da série: dos pequenos prazeres da vida :)

cafuné>>>>>>>>>
beijo no pescoço>>>>>>>>>>>>>>>
sorriso no meio do beijo>>>>> >>>>
mensagens inesperadas>>>>>>>>>>
reciprocidade >>>>>>>>>>>>>>>>
carinho no cabelo >>>>>>>>>

sábado, 3 de março de 2018

Né?

É essa facilidade que eu tenho de me apaixonar que bagunça com tudo. 
E me ferra por uns bons seis meses, um ano, até descobrir que nunca foi amor. 
Nem épico. Só parecia ser. 
Era só vontade de ser.

(Iolanda Valentim)

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Um texto que todo ou quase todo homem precisa ler

Alguns caras trepam como se estivessem realizando aqueles circuitos que viraram moda nas academias: executam 10 repetições de cada posição, só, provando que não dão a mínima aos importantíssimos sinais dados pela parceira; achando que conseguirão fazer com que ela, no dia seguinte, à colega diga: “Amiga, ontem eu transei com um cara mais gostoso do que lasanha sabor 'Adam Lavine'!" Dão 10 bombadas de papai viciado em telejornal na mamãe da vez, aí metem 10 vezes na mina de quatro enquanto se admiram no espelho e se sentem o Frota da rodada, então mandam 10 fincadas com a mina por cima desprezando os peitos que estão ao alcance da boca, daí 10 entradas na tesoura invertida ao quadrado carpada morrendo de desconforto por estar assim, então 10 pintadas sofrendo para segurar a moçoila no colo... Você nunca ouviu falar deles? Chegou agora de Marte? Entre no Reclame Aqui e, rapidamente, encontrará uma porção de mulheres reclamando dos homens que se acham “los más transadores del mundo” porque têm repertório vasto de posições e fazem questão de demonstrá-las até mesmo em locais que permitem, no máximo, uma cavalgada contida de embaçar vidros e acionar buzinas. 


Se eu pudesse dar um recado a eles, pelo bem de vocês, leitoras? Aí vai: 

Primeira coisa que vocês precisam entender é: a vida real não é um filme pornô. Se no mundo da pornografia a variedade de ângulos é importante para agradar os mais diversos tipos de tocadores de bronha, na vida real ela importa tanto quanto o horóscopo do jornal. Ou menos. O que tem valor, então? 

O feijão com arroz executado no capricho e, principalmente, a capacidade – e vontade - para se adequar à resposta da parceira. 

O que eu quero dizer com isso? Simples: se ela está virando os zóios e parecendo possuída pelo Exú Caveirinha graças a um tipo de lambida (ou intensidade de metida), não mude, porra! 

Não invente moda. 

Não ouse. 

Não faça experiências. 

Se o ritmo está fazendo efeito, mantenha-o. “Ah, mas o Big Macky (um ator pornô tupiniquim e pirocudo) aplica mais de doze posições por filme!”. 

Foda-se Big Macky. Você não é o Big Macky, entendeu? É, no máximo, uma tortinha de banana. Banana Maçã.

Eu sei que você, depois de assistir ao filme no qual uma atriz suga a piroca do Kid Bengala de ponta-cabeça, plantando bananeira e fazendo Quadradinho de 8, quer tentar isso com todas as mulheres com quem trepa. Mas a vida real é outra fita, maluco! 

Fora dos filmes a qualidade importa muito mais do que a quantidade e as posições circenses. Compreende? Não estou dizendo que nunca poderá fugir do papai-e-mamãe ou coisa do tipo, porém, antes disso, treine o básico. Ou você acha que o Daniel San pegou a mosca com o hashi de primeira? Claro que não! Não imagina quantos casacos ele tirou e colocou, tirou e colocou, tirou e colocou... Aliás, antes de qualquer coisa: aprenda a tirar um sutiã sem parecer que está diante de uma equação insolúvel ou uma bomba-relógio com treze fios brancos. Sério. 

Cara, eu sei como as mulheres se sentem depois de uma transa com você. De verdade. Sentem-se como eu me sinto após uma degustação em que, depois de comer uma merreca de várias coisas, continuo faminto. Saca? Com vontade de passar em uma pizzaria ou requentar o arroz de sei lá quando. 

Sexo não é degustação gourmet irmão: se ela fizer “hummmmmmm” ou disser “aí que delícia”, não troque o prato. E daí que você ainda nem mostrou seu pirarucu com purê de palmito e redução de pequi? Se ela está pirando no seu arroz com ovo, deixa-a se esbaldar e, até, repetir a dose. Aí, na próxima vez, você apresenta algo novo. E assim vai indo. Não adianta jogar todas as cartas de uma vez, manolo. 

Agora volto a falar com vocês, mulheres: 

Por favor, não digam “ai que delícia” em vão. Pois é fundamental que as suas expressões sejam coerentes com seus sentimentos, OK? Ou o cidadão insistirá em algo que nem cosquinha faz. Mais uma vez fazendo analogia com o universo das comidas: se ele fizer um prato horrível e você disser “aí que delícia”, corre o risco de ele repetir o prato, mil vezes, com o intuito de agradar. Só mande um “hummmm” quando estiver realmente bom, de lamber os beiços (curtiu a malícia?). 

Quando não estiver bom, porém, faça cara de “é só isso que tem pra mim?”. Pode parecer coisa de gente sem coração, mas é só assim que conseguirá ajudá-lo a melhorar. 

E não pense que apenas homens pensam que sexo é CrossFit, não. Pois muitas mulheres agem da mesmíssima forma. Ou seja, não seja uma delas. 

(Ricardo Coiro)

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

O amor é um sopro diário...

O amor está bem mais para feijão com arroz feito no capricho do que para o complexo prato de bistrô que comemos somente em datas comemorativas, cujo nome nós não conseguimos nem pronunciar.

O amor, apesar de exigir de nós constantes contorcionismos, tem muito mais a ver com um papai-e-mamãe cheio de entrega do que com elaboradas posições do Kama Sutra realizadas apenas a pedido do ego que, vez ou outra, coloca em xeque o nosso próprio desempenho.

Engana-se, redondamente, porque amor é, principalmente, a carícia verdadeira que acontece numa terça-feira comum; é o beijo na testa que antecede uma segunda-feira cheia de e-mails na caixa de entrada. 

O amor, apesar de ser comumente representado por buquês imensos de rosas colombianas e por declarações de parar quarteirões, a meu ver, está muito mais para um “Eu adoro a cara que você faz quando acorda!” dito espontaneamente num domingo de manhã. Ou para um cafuné que continua a acontecer, a todo vapor, mesmo depois que os dedos começam a doer e o sono ameaça nos desligar.

Amar é aprender a dizer “Tá” em vez de “VÁ SE FERRAR!”; é arranjar forças para fazer silêncio quando houver vontade de berrar as tripas.

Amar é deixar uma blusa extra no carro por saber que ela vive a sair de casa sem consultar o Climatempo; é reservar apenas hotéis que têm secador de cabelo para evitar que ela caia no mundão de madeixas molhadas.

Amar é entender que em uma relação normal há muito mais calcinhas beges e confortáveis do que fios dentais de oncinha.

Porque amar é aliviar a pressão, não aumenta-la. 

Amar não é preparar duas surpresas mirabolantes por ano e passar 363 dias sem tocá-la direto na alma. 

E por aí vai... O amor, em minha opinião, está mais para pijamas velhos, pernas entrelaçadas sob o edredom e maratonas de séries na TV do que para as poses repetidas e os beijos milimetricamente arquitetados que vemos em festas de casamento.

O amor é dia a dia, é manter os corações lado a lado faça chuva ou faça tempestade de sapos à la Magnólia; não é só aquilo que é retratado – e postado - em dia de solão, céu azul e feriado. 

O amor é um sopro diário que não deixa a chama apagar, não fogos de artifício lançados sazonalmente para tentar reacender uma fogueira que já não aquece mais.

(Ricardo Coiro)

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Comigo não precisa ser à meia luz (um texto que é uma declaração de amor)

Você saiu da banheira num pulo e, de maneira acrobática, aplicou um giro rápido de 180º e se dirigiu ao banheiro fazendo uma espécie de moonwalk para que eu não conseguisse olhar diretamente à sua bunda. Em um piscar de olhos, conseguiu escondê-la sob um desnecessário roupão. 

Sim, eu sei que mesmo depois de alguns bons meses juntos - e fodas caprichadas, e garrafas de vinho extintas, e nossos suores pra lá de misturados... - você ainda tem vergonha de mim e, infelizmente, não consegue livrar-se do medo que tem de expor suas características humanas aos meus olhinhos - não menos humanos. 

Pois saiba que, muitas vezes, priva-me de seus melhores ângulos, agindo como se eu fosse um crítico ranzinza daqueles programas culinários que infestaram a TV; como se eu estivesse esperando apenas uma oportunidade para humilhá-la. 

Só que não... Quero que saiba, de uma vez por todas, que não deixarei de amá-la nem um pouquinho nas tantas vezes em que ainda irá tropeçar e cair, como qualquer pessoa faz. Pelo contrário: vou sempre levantá-la pelos pulsos e, quando isso não for possível, vou jogar-me no chão junto com você para rirmos das merdas da vida, do quanto as coisas simplesmente desandam às vezes, feito maionese caseira rebelde. 

Porque gosto mesmo quando você foge do script e não percebe que está com a pontinha do nariz suja de sorvete. Adoro quando nos teletransportamos da balada direto à cama e quando, sobre seu colchão pequeno, a deixo sem forças até para tirar a maquiagem. Pois no dia seguinte você fica linda parecendo um panda de ressaca. 

Quero que saiba já - e não daqui a pouco! - o quanto eu a acho bonita mesmo quando faz careta, mesmo quando se acha horrível. 

Não tem ideia de como eu ficaria feliz se você, ao menos uma vez, relaxasse e soltasse a barriga enquanto comemos Doritos sentados e pelados sobre o tapete da sala. 

Eu não tenho nada contra suas dobrinhas e espero também que não tema minha barriga cultivada à base de cerveja, bordas recheadas amanhecidas e ausências na academia. 

É claro que acho você uma gostosa dentro calcinha de renda preta, mas preciso realmente que saiba o quanto adoro ver você recheando aquela camiseta velha da sua formatura do terceiro colegial ou montada naquelas Havaianas que considera impróprias a certos ambientes. 

Adoraria que você se esquecesse de me pedir para apagar a luz e me permitisse devorar com os olhos cada cantinho seu – porque, afinal, se estou com você agora, significa que é com você que quero estar e que a desejo do jeitinho que é, maravilhosa como insiste em não se enxergar. 

É óbvio que aquele saltão me dá uma puta vontade de morder suas panturrilhas, mas peço que use mais vezes aquela sapatilha vermelha super confortável, e sabe por quê? Pois tenho tesão também pelo seu bem-estar e por saber que em minha frente - e sobre mim, e ao meu lado, e comigo... -, sente-se realmente livre para ser humana - a pessoa pela qual me encantei. 

Não estou pedindo para fazer cocô de mãos dadas comigo. Nada disso! Peço, apenas, para despir-se de verdade: remova não apenas as roupas, mas também essa desnecessária vontade de parecer perfeita. Eu sei que não é, e, mesmo assim, continuo louco por você. 

(Ricardo Coiro)

Eu gosto assim


quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Sempre :)

Que seja doce o seu cheiro. 
Que seja doce o seu jeito, seus olhares, seu receio. 
Que seja doce o seu modo de andar, de sentir, de demonstrar afeto
Que sejam doces suas expressões faciais, até o levantar de sobrancelha. 
Que seja doce a leveza que eu sentirei ao seu lado
Que seja doce a ausência do meu medo. 
Que seja doce o seu abraço. 
Que seja doce o modo como você irá segurar na minha mão. 
Que seja doce. 
Que sejamos doces...

(Caio Fernando Abreu)

domingo, 14 de janeiro de 2018

Tudo nela brilha e queima

desejo que seus amores
te amem também nos seus piores dias.
desejo que você não force a barra,
e compreenda que o que é seu
inevitavelmente virá pros seus braços.
desejo que as quedas te lembrem
de estrelas cadentes.
desejo que não se entregue a alguém
somente para escapar de você.
desejo que se lembre de ser gentil
com quem você está se tornando.
e desejo que você saiba que talvez
você não volte a ser quem foi,
e que isso é maravilhoso.

(Ryane Leão)

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

💗

Fui obrigado a sentir o gosto do sangue para saber que precisava aprender a desviar do murro. 
Precisei conhecer alguns Judas para descobrir que poucas juras são realmente verdadeiras. 
Para entender que os dizeres, por mais belos que pareçam, podem não passar de mentiras, já tive que esbarrar em beijos inescrupulosos, com a boca de quem amava sabe-se lá quem. 
Mas, quer saber, e daí? 
Depois de vomitar até me desfazer da última tripa, de chorar até perder a última lágrima e de sangrar até secar a última veia, percebi que o coração não sai pela boca. Nunca.

(Ricardo Coiro)

sábado, 6 de janeiro de 2018

Não é uma tragédia

Essas coisas acontecem. Um jovem adoece no verão. Um senhor é atropelado por um taxi. A biópsia aponta que o tumor é maligno. Essas coisas acontecem todo dia. E todos os dias saímos de casa achando que jamais acontecerá conosco. Uma doença leva embora um pai. O médico comunica um exame preocupante. Uma moto atravessa um sinal fechado. Todos os dias isso acontece. E todos os dias nossos planos são os mesmos. Trabalho, almoço, trabalho, jantar.


Não acho que seja uma tragédia quando essas coisas acontecem com a gente. Dizemos: “Que tragédia! Morreu tão cedo!". Não acho que seja uma tragédia. Acho que a vida é um amontoado de caos e coincidência. Acho que hoje estamos aqui e amanhã não estamos mais. Uma tragédia é não agradecer por esse tempinho que estamos aqui. Uma tragédia é não valorizar a vida em família. Uma tragédia é trocar o sorriso do nosso filho pelo celular. Um passeio em família pelas preocupações do trabalho.

Uma tragédia é não abraçar as pessoas hoje. Uma tragédia é passar a vida em branco. Uma tragédia é achar que um dia vamos ser felizes, não hoje. Uma tragédia é achar que não vai acontecer com a gente. E a vida vai ficando pra depois. Um dia eu mudo de emprego. Um dia eu digo que gosto dela. Um dia eu faço uma viagem. Um dia eu vou ser voluntário nesse projeto.

Não acho que seja uma tragédia uma jovem cheia de planos descobrir uma doença grave. Acho uma tragédia quando aprendemos a valorizar o que temos só depois de perder. Acho uma tragédia não termos ido ainda para aquela viagem dos nossos sonhos. Acho uma tragédia viver de aparências. Acho uma tragédia ter comprado coisas achando que isso seria felicidade. Acho uma tragédia trabalhar em algo que você odeia. Acho uma tragédia você passar a vida brigado com alguém.

A morte não é uma tragédia. Tragédia é quando a gente não viveu.

(autor desconhecido)