“Eu serei seu porto seguro. Você precisa de um lugar para não ser Catherine Avery. Para não ser decisiva, não resolver tudo sozinha e alcançar todas as realizações que o mundo espera de você. Você precisa de um lugar onde possa desmoronar. Eu serei esse lugar. Sempre que precisar. Por toda a eternidade.”
Essa foi a declaração de amor mais bonita que vi nos últimos tempos e foi em uma série de TV. Shonda Rhimes sempre sabe o que precisamos e o que nos toca. Somos modernas, fortes, independentes. Mas tem alguns momentos em que a gente não quer ser nada disso. Queremos apenas chorar, sentir o coração despedaçado e ser aceitas por quem somos: cheias de falhas, medos, inseguranças e cicatrizes. Todas as pessoas são assim e não tenho medo de generalizar.
Muitos amores pedem força. Pedem que você mantenha o seu papel em todos os momentos sem folga, sem domingos ou feriados. Há amores que não aceitam lágrimas em propagandas de margaria e muito menos em propagandas de carros passando por praias desertas e montanhas majestosas. As lágrimas sem explicação existem e precisam sair.
A gente quer amores fortes, mas também quer amores que desmoronem, que chorem, se descabelem. Queremos amores que nos permitam ser completas, inteiras, imperfeitas. E é por esses amores que a gente luta, que a gente corre e se despe. Física e emocionalmente.
Pessoas e amores têm muito em comum. Nunca são perfeitos. Cada um enxerga de uma forma. E tocam de maneira totalmente diferente cada pessoa. Encontrar alguém que te complete, aceite e esteja ali para enxugar suas lágrimas ou segurar seu cabelo enquanto você vomita não é sobre amor romântico, é apenas sobre amor.
Todos precisamos de alguém. Não precisa ser um amor seguido de casamento e filhos. Apenas precisamos encontrar nossa pessoa, aquela que nos olha com admiração, fala verdades e nos permite sermos nós mesmas. Precisamos de um porto seguro para desmoronar, transas a gente encontra com facilidade.
(Carol Patrocínio)