sábado, 28 de novembro de 2009

Aos poucos...



Aos poucos você percebe o que vale a pena,
o que se deve guardar pro resto da vida e o que nunca deveria ter entrado nela.
Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado.
Às vezes mudar é preciso, nem tudo vai ser como você quer... A vida continua!
O tempo sempre vai ser o melhor remédio.

Cicatriz


"Menos pela cicatriz deixada,
uma ferida antiga mede-se mais exatamente pela dor que provocou,
e para sempre perdeu-se no momento em que cessou de doer,
embora lateje louca nos dias de chuva."

(Caio Fernando Abreu)

O tamanho da minha fé


(...) e mesmo que meus passos sejam em falso,
e mesmo que os meus caminhos sejam os errados,
e mesmo que meu jeito de levar a vida te incomode.. eu sei quem sou,
e sei pelo que devo lutar!
Se você acha que meu orgulho é grande, é porque nunca viu o tamanho da minha fé!
(Autor Desconhecido)

Perdoar?!


Esquecer e Perdoar.
É isso que dizem por aí.
É um bom conselho, mas não muito prático.
Quando alguém nos machuca, queremos machucá-los de volta.
Quando alguém erra conosco, queremos estar certos.
Sem perdão, antigos placares nunca empatam, velhas feridas nunca fecham.
E o máximo que podemos esperar é que um dia tenhamos a sorte de esquecer.
(Autor Desconhecido)

domingo, 22 de novembro de 2009

Os palavrões

Os palavrões não nasceram por acaso.
São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos.
É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.


"Pra caralho", por exemplo.
Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática.
A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?


No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!".
O "Não, não e não!" e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, absolutamente não!" o substituem.
O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto.
Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência.


Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.


Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional.
Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!".
O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior.


É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma.


Há outros palavrões igualmente clássicos.
Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por ílaba...Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo.


Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.


E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"?
E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!".
Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!".
Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.


E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!".
E sua derivação mais avassaladora ainda: Fodeu de vez!".

Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?
Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".


Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala.

Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?

O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta.

"Não quer sair comigo?


Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!". O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal.


Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se.

(Millor Fernandes)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O que temos visto por ai ???





Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes.


Com suas danças e poses em closes ginecológicos, cada vez mais siliconadas, corpos esculpidos por cirurgias plasticas, como se fossem ao supermercado e pedissem o corte como se quer... mas???


Chegam sozinhas e saem sozinhas...


Empresários, advogados, engenheiros, analistas, e outros mais que estudaram, estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos...


Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dancer", incrível.


E não é só sexo não!


Se fosse, era resolvido fácil, alguém dúvida?
Sexo se encontra nos classificados, nas esquinas, em qualquer lugar, mas apenas sexo!


Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho, sem necessariamente, ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico na cama ... sexo de academia...

Fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçadinhos, sem se preocuparem com as posições cabalisticas...


Sabe essas coisas simples, que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.
Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção...


Tornamo-nos máquinas, e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós...


Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada nos sites de relacionamentos "ORKUT", "PAR-PERFEITO" e tantos outros, veja o número de comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra viver sozinho!"


Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários, em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis, se olharmos as fotos de antigamente, pode ter certeza de que não são as mesmas pessoas, mulheres lindas se plastificando, se mutilando em nome da tal "beleza"...


Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento, e percebemos a cada dia mulheres e homens com cara de bonecas, sem rugas, sorriso preso e cada vez mais sozinhos...


Sei que estou parecendo a solteirona, mas pelo contrário...


Pra chegar a escrever essas bobagens?? (mais que verdadeiras) é preciso ter a coragem de encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa...


Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia isso é julgado como feio, démodê, brega, familias preconceituosas...


Alô gente!!! Felicidade, amor, todas essas emoções fazem-nos parecer ridículos, abobalhados...


Mas e daí? Seja ridículo, mas seja feliz e não seja frustrado...


"Pague mico", saia gritando e falando o que sente, demonstre amor...


Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais...


Perceba aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, ou talvez a pessoa que nada tem haver com o que imaginou mas que pode ser o homem da sua vida...


E, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois...


Quem disse que ser adulto é ser ranzinza ?


Um ditado tibetano diz: "Se um problema é grande demais, não pense nele... E, se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele?"


Dá pra ser uma mulher de negócios e tomar iogurte com o dedo, assistir desenho animado, rir de bobagens e ou ser uma profissional de sucesso, que adora rir de si mesma por ser estabanada...


O que realmente, não dá é para continuarmos achando que viver é out... ou in...



Que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo, que temos que querer a nossa mulher 24 horas, maquiada, e que ela tenha que ter o corpo das frutas tão em moda, na TV, e também na playboy e nos banheiros, eu duvido que nós homens queiramos uma mulher assim para viver ao nosso lado, para ser a mãe dos nossos filhos, gostamos sim de olhar, e imaginar a gostosa, mas é só isso, as mulheres inteligentes entendem e compreendem isso.

Queira do seu lado a mulher inteligente: "Vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois, ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida"...


Porque ter medo de dizer isso, porque ter medo de dizer: "amo você", "fica comigo", então não se importe com a opinião dos outros, seja feliz!


Antes ser idiota para as pessoas que infeliz para si mesmo!


Para ler, divulgar e . . . praticar !

(Autor Desconhecido)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Eu fiz uma porção de besteiras...


Eu fiz uma porção de besteiras,
de que aliás, não me envergonho,
pois tudo que é motivado pelo amor
tem uma grandeza que os olhos de Deus
sabem distinguir.

(Carlos Drumond de Andrade) 

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Andei pensando...

"Andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada.
O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte.
Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro (a) mas a morte é inevitável, portanto normal.
Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo (a), há então uma morte anormal.
O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu.
E dói mais fundo- porque se poderia ter, já que está vivo (a).
Mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é: NEVER."

(Caio Fernando de Abreu)

Chorar por tudo que se perdeu


"Chorar por tudo que se perdeu,
por tudo que ameaçou e não chegou a ser,
pelo que perdi de mim, pelo ontem morto,
pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe,
pelo muito que amei e não me amaram,
pelo que tentei ser correto
e não foram comigo."

(Caio Fernando de Abreu)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Simpatia não tem nada a ver comigo.


"Com absoluta sinceridade, tento ser otimista a respeito de todo esse assunto,
embora a maioria das pessoas sinta-se impedida de acreditar em mim,
sejam quais forem meus protestos. Por favor, confie em mim.
Decididamente, eu sei ser animada, sei ser amável. Agradável. Afável. E esses são apenas os As.
Só não me peça para ser simpática. Simpatia não tem nada a ver comigo.



Eu poderia me apresentar apropriadamente, mas, na verdade, isso não é necessário. Você me conhecerá o suficiente e bem depressa, dependendo de uma gama diversificada de variáveis. Basta dizer que, em algum ponto do tempo, eu me erguerei sobre você, com toda a cordialidade possível. Sua alma estará em meus braços. Haverá uma cor pousada em meu ombro. E levarei você embora gentilmente."

(trecho do livro "A menina que roubava livros")

sábado, 7 de novembro de 2009

Eu esperei tempo demais...



Eu esperei tempo demais

e não sei porque razão
Eu fugi não fui capaz
de pedir o teu perdão
de pedir o teu perdão




Todo vinho que eu bebi
encharcou meu coração
Nem assim eu consegui
me livrar dessa paixão


Amar é perdoar
juro que vou ficar, pra sempre!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Quando tudo desaba


De repente tudo desaba...

O amor vai mal, o trabalho pior...
A geladeira quebra na mesma semana em que aparece a goteira...
O pagamento atrasa, o carro enguiça, o filho fica de recuperação...
O corpo adoece, a tristeza vem...
Aí a gente pensa: será que o mundo virou do avesso?


Eu prefiro pensar que não.
Porque as dores passam... As coisas se consertam... Os amores vão e vêm... as crises se resolvem...


Perder a calma, arrancar os cabelos, chorar, maldizer a vida, não resolve nada... Mas tudo bem: no momento da raiva - mas só por um segundo - a gente pode extravasar, gritar, pra não ter um infarto.


Eu aprendi que o tempo é um mestre na arte de refazer as coisas.
Ele nos dá ferramentas precisas pra remodelar, recolorir, reconstruir a vida.
Só o tempo nos dá a chance de ver que tudo é questão de tempo, mesmo...


Por isso, está em nossas mãos montar tudo de volta.
Com calma.
Porque nada se desfaz à toa. Coisas novas precisam ser erguidas.
Mãos à obra, então!


Use o tempo a seu favor. vá devagar. Os caquinhos de um mundo desabado podem servir de base pra um mundo totalmente novo... e até mais forte.


Olha bem lá na frente... Olha quanto tempo pra colocar as coisas em ordem.
Não tem jeito, o mundo desaba de vez em quando. Mas você não tem que desabar junto.
Sendo assim, quando você olhar em volta e ver que tudo já está no chão, o segredo é se manter de pé!


(Lena Gino)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Nem tudo na vida são followers


Sempre quis começar um conto sobre um esquartejador galã com a seguinte frase: um pedaço de mau caminho…


Nunca passei disso. Sinto que meus textos estão se contraindo e a minha preguiça se alongando.


Minha vida se divide em antes e depois do Twitter. O que, realmente, não deve significar muito. As ideias, que já não eram grande coisa, estão ficando cada vez menores.

Estamos avançando freneticamente, conforme Saramago, ao grunhido. De se comportar como bichos, aliás, entendemos como ninguém. Essa é a diferença básica sobre eles: animais não tentam se parecer como homens.


O advento de uma rede como o Twitter é que ele diminuiu as distâncias, mas aumentou significativamente as intrigas. Tudo é pessoal demais. Há uma intolerância a respeito das opiniões. Todo mundo quer tweetar, criar polêmicas e arrebatar fãs. Esquecem que essa merda é democrática e cheia de recursos interessantes.


@Zé: Vou te dar um follow!


@João: @Zé: É unfollow. E já aproveita e vai pra p*#$% que te pariu..


O botão “unfollow” funciona sem precisar dar aviso. Mas nem todo mundo entende o espírito do negócio.


Outra coisa que precisamos discorrer é sobre relacionamentos. Hoje em dia, dói mais não ser retuitado do que acabar com um namoro. Se faz DR por DM e a resposta ao “Eu te amo” ganhou um mero RT na frente. Além dos pés na bunda, que nunca foram tão temáticos.


“Gilberto, não vou retwittar algo que não sinto mais”.


“Valdirene, ainda gosto de você. Mas cansei dos seus tweets”.


“Paulo, você merece alguém que te dê carinho. E acima de tudo, #followfridays”.


“Clarice, na vida nem tudo são followers”.




As pessoas estão cada vez mais dependentes desta interação. Virou o refúgio dos carentes. O esconderijo dos calhordas. E, talvez, a catapulta dos anônimos.




@Lindão_do_Orkut28: Porra, tu é mesmo gênio. Mas… vc é fake?


@Selebridade: Não. Meu personagem é que é.


       A avalanche de adesões neste meio é imensurável. Tirando um ciclone ou outro, poucas coisas conseguiram movimentar tantos em tão pouco tempo. Estão todos lá. E assim como com os fenômenos naturais, procuram abrigo em meio a uma tempestade de informações.


       Por que as pessoas protegem seus tweets no Twitter? Isso é como aceitar entrar numa suruba, mas só se for usando cinto de castidade.





@Maurília: @Robertinha miga, já travei as fotos, protegi os recados e restringi os acessos. E agora?


@Robertinha: @Maurília Pronto. Você acaba de entrar numa rede social.


      Os twitteiros são lunáticos. Só uma palavra assim para definir o desespero por followers, a atenção por seus tweets ou seguir o Théo Becker.




     Esperar por coerência ou por manutenção de humores é outra coisa de que é melhor desistir. No fundo, no fundo, todos querem aparecer. Nem que não tenham nada o que mostrar.


@Sabio_da_montanha: Consegui criar o tweet perfeito.


@Aprendiz_da_montanha: Para quê?


@Sabio_da_montanha: É, essa parte eu não tinha pensado. Talvez virar pauta da Folha, sei lá. Estão nos seguindo, não estão?


@Aprendiz_da_montanha: Não, deram unfollow semana passada.

@Sabio_da_montanha: Alguém do Terra?


@Aprendiz_da_montanha: Saíram também.


@Sabio_da_montanha: Veja?


@Aprendiz_da_montanha: Abandonaram.


@Sabio_da_montanha: EGO?


@Aprendiz_da_montanha: Nem sinal.


@Sabio_da_montanha: Vão tudo tomar no c*, então!


(…)


@Aprendiz_da_montanha: Caralho, chefe. Não sei se esse era o tweet perfeito, mas ganhamos 50 followers com essa.


Por um punhado de followers. É só isso o que perseguimos.

(Por @tiodino)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Pedaço de mim



Oh, pedaço de mim

Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar


Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais


Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu




Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi




Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus!

(Chico Buarque)