sexta-feira, 30 de maio de 2014

Sabedoria...


Esse blog é muito fofo The brocode



Hoje um cara perguntou:

“Ique, estou saindo com uma garota.

Não sei se quero me envolver agora.

Ao mesmo tempo, acho que vou me arrepender né?”



Ela é aquela garota,

que passa blush com o dedo e,

no último segundo,

improvisa um penteado no cabelo.

Pra agradar você

e o mundo inteiro.

Ela é aquela garota,

que espera uma mensagem de madrugada.

Acorda, apaixonada.

Sai por aí,

com a cabeça cheia de dúvidas

dizendo:

“Não vou ligar. Vou, não vou.”

Mas aí, vê uma foto sua.

Sente o seu perfume.

Não aguenta,

impulsiva, liga.

Escuta pela 94.393 vez:

“Não é você…”

Se sente sozinha.

Sai pra beber, esquecer,

e quem ela encontra?

Você,

com outra mulher.

Ela disfarça.

Não sabe se sente traída,

ou perdida.


Oh, menina,

não chore por aquilo,

que não oferece nada,

além de um coração partido.


Ela é aquela garota,

que tem um ex-namorado,

que não queria ter conhecido.

Foi enganada, traída.

E ainda tem que escutar,

que isso é coisa da “sociedade.”

Não.

Isso é estupidez e falsidade.

Ela é aquela garota,

que sonhou e,

de repente,

tudo acabou.

Ela não pediu o mundo.

Apenas, duas xícaras de conteúdo.

Ela é aquela garota,

que tem um cachorro.

Que virou seu melhor amigo.

Um amigo que não pede por “benefícios”

Apenas, carinho.

Um ombro pertinho,

pra servir de abrigo,

naquela tarde fria de domingo.

Um abraço,

pra descansar um coração cansado.

Ela é aquela garota,

que passa horas se arrumando

e pergunta para a amiga:

“Meu O.B tá vazando?”

Que leva um par de havaianas

para o final da festa.

Descer do salto, alivia.

Sorria menina.

Você continua linda.

Ela é aquela garota,

movida a imaginação.

Muda a cor do cabelo,

a cada estação.

Que vai dormir com um punhado de livros.

Abraça o travesseiro e,

sonha, com um amor verdadeiro.

Que vicia em uma música,

canta no chuveiro,

e o resto do dia inteiro.

Ela é aquela garota.

Que senta na janela e,

pede para aquela estrela,

realizar o sonho dela.

Ela é aquele garota,

que sai de cabelo molhado.

Entra no carro,

com aquele cheirinho de banho tomado.

Ela é aquela garota,

que por trás dessa atração,

ali reside um coração.

Que não tem receio,

de ser, do seu jeito.

Sem medo,

intensa,

e cheia de segredos.

Ela é aquela garota,

que é tudo,

sem precisar dizer nada.

Sim, aquela garota,

que foi sua, um dia.

Mas hoje,

é poesia.

(The brocode)

:)

"De qualquer forma, não esqueça das seguintes verdades: não faça nada que não te deixe em paz consigo mesma; cuidado com o que anda desabafando; conte até três (tá certo, se precisar, conte mais); esperar não significa inércia, muito menos desinteresse; renunciar não quer dizer que não ame; abrir mão não quer dizer que não queira. O tempo ensina, mas não cura. Agora vai filha, porque é pra frente que se anda!" 

(Martha Medeiros)

terça-feira, 27 de maio de 2014

...

Só uma coisa a favor de mim eu posso dizer: nunca feri de propósito. E também me dói quando percebo que feri. Mas tantos defeitos tenho. Sou inquieta, ciumenta, áspera, desesperançosa. Embora amor dentro de mim não falte.

(Clarice Lispector)

domingo, 18 de maio de 2014

Esse texto é muito fofo!

Medo da eternidade

Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.
Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas.

Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

- Como não acaba? - Parei um instante na rua, perplexa.

- Não acaba nunca, e pronto.

- Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual já começara a me dar conta.

- Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

- E agora que é que eu faço? - Perguntei para não errar no ritual que certamente deveira haver.

- Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários.

- Perder a eternidade? Nunca.

O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

- Acabou-se o docinho. E agora?

- Agora mastigue para sempre.

Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da idéia de eternidade ou de infinito.

Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.

Até que não suportei mais, e, atrevessando o portão da escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

- Olha só o que me aconteceu! - Disse eu em fingidos espanto e tristeza. - Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

- Já lhe disse - repetiu minha irmã - que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.

Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra na boca por acaso.

Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.


(Clarice Lispector)

terça-feira, 13 de maio de 2014

Sabedoria


"É possível que a transição da inocência à sabedoria aconteça naquele momento em que descobrimos que nem todo mundo nos ama. Muitos aprendem cedo esta lição".

(Ensaios, de Truman Capote)

domingo, 4 de maio de 2014

O silêncio

O silêncio também é resposta.
Silêncio é sinal de poder em gargantas sábias. 
Alguns raros psicanalistas o detêm.  
Os que se livraram da arrogância faz tempo.

(Graça Taguti)