quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

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Fui obrigado a sentir o gosto do sangue para saber que precisava aprender a desviar do murro. 
Precisei conhecer alguns Judas para descobrir que poucas juras são realmente verdadeiras. 
Para entender que os dizeres, por mais belos que pareçam, podem não passar de mentiras, já tive que esbarrar em beijos inescrupulosos, com a boca de quem amava sabe-se lá quem. 
Mas, quer saber, e daí? 
Depois de vomitar até me desfazer da última tripa, de chorar até perder a última lágrima e de sangrar até secar a última veia, percebi que o coração não sai pela boca. Nunca.

(Ricardo Coiro)