domingo, 9 de novembro de 2008

E um dia esquece...

“E então há um lugar para onde vão os sonhos que a gente desacredita,
onde moram os anéis que perdemos, os brincos descasados,
o pé de meia preferido, o batom engolido pela bolsa.
Há um lugar, um sumidouro, para onde são tragados os sorrisos que não voltam,
o cheiro do cabelo, um colarinho manchado, o perfume na manga do vestido,
teu nome no bilhete, um gosto de vinho grudado na língua.
Ficam lá, suspensos numa órbita improvável e inacessível, ao som de três ou quatro frases para sempre repetidas que a gente procura esquecer.
E um dia esquece.”
(Ticcia)