terça-feira, 5 de maio de 2015

Simples vida



Hoje, uma mulher perguntou:

“Ique, já fui fácil, não deu.

Já fui amorosa, não deu.

Já fui fria, não deu. Já fui meio termo, não deu.

Depois de certa experiência de vida

resolvi ser eu mesma em um último relacionamento

e advinha??

Novamente não deu.

É ruim saber que o meu EU também não agrada,

é como se eu estivesse sem alternativas agora”.




Eu tinha uma amiga

que fazia tudo por homem.

Mudava da água pro vinho.

Um dia, patricinha.

No outro, rockeira com piercing na língua.

Se o cara não gostava do emprego dela,

ela largava.

Se o cara não gostava de maquiagem,

ela não usava.

Um dia, ela me disse:

“Ique, não consigo ser feliz”.

Então, fizemos um trato.

Eu tinha que parar de roer a unha

e ela ficar solteira por um ano.

Nesse um ano,

ela descobriu que

não era patricinha e nem rockeira.

Ela era, apenas, uma menina.

Dramática e que falava pra caramba.

Que gostava de sair para beber com os amigos,

e para dançar com as amigas.

Amava usar maquiagem

e falar um monte de bobagem.

Ela gostava de ser ela mesma.

Sem rótulo

ou estereótipo.

Solteira, ela descobriu

como é bom ser uma mulher inteira.

Que ela, era ela mesma.

Isso não é um problema.

É uma mistura de virtude

com atitude.

Se não encontrar alguém

a vida não vai acabar.

Sabe, de verdade.

A gente não vem ao mundo

com a missão de beijar e transar.

Para alguns até pode ser.

Mas eu prefiro acreditar

que a missão é amar.

E amar não significa

ter alguém na cama para transar.

Muitas mulheres

já me disseram não.

Isso nunca me incomodou.

Porque se a pessoa não me deu uma chance,

a vida me dá um monte.

E isso é muito mais excitante.

Eu amo ir ao cinema.

Quando vou acompanhado é ótimo.

Quando vou sozinho também é.

Muitas pessoas vão dizer que não é possível.

Que ninguém gosta

ou vai ao cinema sozinho.

Do mesmo jeito

que eu não bebo e toda vez alguém pergunta:

“Você não bebe?

É impossível alguém ser feliz sem beber”.

Ah, como essas regras são chatas.

O que adianta ser feliz pra sociedade

e infeliz na realidade?

To fora.

Acorda.

Nesse mundo,

sempre vai existir o cara babaca

e gente amarga.

Sempre vai existir o chato,

ou aquele que

passa a vida inteira tentando

te colocar pra baixo.

Então, depois de certa experiência de vida,

eu resolvi deixar esse mundo de lado.

E comecei a fazer da minha vida

algo extraordinário.

Porque pra ser feliz

você não precisa de alguém.

Você só precisa amar, todos os dias,

a sua extraordinária

e simples vida.




(The brocode)