sexta-feira, 3 de abril de 2009


"E então há um lugar para onde vão os sonhos que a gente desacredita,

onde moram os anéis que perdemos, os brincos descasados,

o pé de meia preferido, o batom engolido pela bolsa.

Há um lugar, um sumidouro, para onde são tragados os sorrisos que não voltam,

o cheiro do cabelo, um colarinho manchado, o perfume na manga do vestido,

teu nome no bilhete, um gosto de vinho grudado na língua.

Ficam lá, suspensos numa órbita improvável e inacessível,

ao som de três ou quatro frases para sempre repetidas que a gente procura esquecer.

E um dia esquece.”


(Ticcia)