domingo, 25 de janeiro de 2009

Polaróides


Vazia a casa por dentro, em volta nada

Vazio o baixo, a noite e o cobertor

Não fico triste inutilmente

Pensando que o encantamento entre nós acabou

Procuro por mim em volta e não acho nada

Gravado na tela do seu novo computador

Se paro meu olho na dela meu olho reclama

Da trama que envolve a paisagem noir do Leblon

Me desculpe a pressa, mas madrugada me chamou

Do meu canto eu prego a palavra que não se falou

Me desculpe a pressa, mas a madrugada me chamou

Se não vou na festa porque me interessa o seu amor

A gente tem quase tudo pra não dar certo

Mas quando estou perto um deserto se mostra maior

Se vejo eu penso que pode ser vento

Desejo que o vento me leve pra um mundo

Eu quero que tudo pra nós seja verão eterno

E dure no inverno o que dura o perfume da flor

Disparo outra vez polaroides e o tempo dispara

E a noite revela que o tempo da noite acabou...


(Celso Fonseca)


obs.: Música que não sai da cabeça.