segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O velho e o novo amor...


O velho


Os motivos de sempre. Aquelas brigas eram como uma comida refogada. Haviam perdido a graça ou a euforia no caminho da reconciliação que sempre vinha, mas com o tempo, azedava. Tudo outra vez.. Não havia o algo "em comum" dos que velejam ao mesmo ponto. Jamais existiriam véus e grinaldas, flores, casinha branca e a sala de estar com crianças brincando. Livre das promessas ou algo surpreendente. Nada daquilo que o amor realmente faz quando existe e toca a alma. Ela queria segurança e ele deu um mundo de perguntas sem respostas. O avesso dos sonhos. A canção desafinada- trilha sonora da sua solidão. Em que instante alguém percebe o que estava lá há tempo demais para se tornarem apenas dois estranhos?

As coisas escondidas e camufladas. As coisas disfarçadas de lilás, e atrás delas um cinza profundo e devastador. Enfrentar a correnteza. Tentar. Ser altruísta-Ela se esforçou.

O que pode haver de mais triste do que ajustar-se/adaptar-se a uma situação, sem a verdade te segurando pelas mãos?

A ilusão de amor eterno! Passava da hora de se machucar ou soterrar histórias do falso príncipe que nem só pensava em ser feliz sozinho !


O novo


Ele veio depois do cansaço. Fez renascer a graça em tudo, uma alegria sem prazos de validade, o tempo amigo dos afetos que se fortalecem. Trouxe um tanto para compartilhar, outro pedaço a ser descoberto e contemplam as rotas que podem percorrer juntos. Como nos sonhos, voltaram as flores e a casinha branca. Um futuro com o grito das crianças e todo aquele bla bla bla com asas que só amor constrói. Ela podia esperar o dia de amanhã e o depois e quem sabe até o infinito dos seus sonhos. A canção na hora certa. Quem disse que não existe aquele segundo onde seus olhos atravessam outros olhos e isso pode mudar tudo? Ela gritou ao mundo sua felicidade incontida. O colorido se encarrega de cobrir as cinzas do passado que tende a ser pó e nada. Águas calmas. Certezas. É tão simples! Essa verdade do amor que cabe na palma da mão! Chegou a hora de ser feliz; enfeitar uma nova história com direito a príncipe encantado de verdade - Compartilhar a mesma teoria de felicidade e amar como se fosse a primeira vez.


(Fabiana Borges)